O jornal de finanças mais importante do mundo destacou a "volta ao passado" do governo Lula
O Wall Street Journal, a publicação americana mais conectada com o mercado brasileiro, publicou esta semana uma matéria com um título que pode ser traduzido como “O novo presidente do Brasil, Lula da Silva, obtém aprovação para gastar muito”.
A matéria se refere à chamada PEC da Gastança, aprovada na última quarta por 65% do Congresso a qual, segundo o WSJ, permitirá que o novo governo “gaste US$ 28 bilhões extras em 2023 fora do teto de gastos do país, evitando uma âncora na política fiscal projetada para manter sob controle os governos que gastam livremente”.
“A votação ocorreu em meio a uma série de medidas de Lula, um ex-presidente de esquerda, para aumentar o controle do governo sobre a economia”, afirmou a matéria. “Do fim das privatizações a mudanças legislativas para aumentar a influência política sobre as empresas estatais, as promessas do presidente eleito para seu novo governo abalaram a confiança dos investidores, varrendo bilhões de dólares do mercado de ações do país nos últimos dias e deixando os empresários nervosos”.
Raimundo Souza, proprietário de uma pequena construtora de São Paulo disse à reportagem do Wall Street Journal que não tem um “bom pressentimento”, lembrando da profunda recessão de 2015-2016 sob Dilma Rousseff, que quase o levou à falência: “um estado inchado apenas cria custos mais altos para aqueles de nós que pagam impostos. São os pequenos empresários como nós que pagam o preço se isso der errado.”
A matéria lembrou o desejo do futuro ministro da economia, Fernando Haddad: “colocar os pobres de volta no orçamento e tributar os ricos”. O IIF (Instituto Internacional de Finança), com base em Washington, declarou que o plano do novo governo é “verdadeiramente problemático”.
O ex-ministro da Economia, Maílson da Nóbrega, declarou que “o Partido dos Trabalhadores tem dado sinais cada vez mais preocupantes de que quer voltar ao passado”. Claudio Ferraz, economista-chefe do BTG Pactual, comentou para a reportagem do WSque “existe uma percepção de que veremos não apenas um nível mais alto de gastos, mas uma aceleração no ritmo de aumento dos gastos.”
Revista Oeste