quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Ditadura da toga: Brasil tem hoje 7 presos políticos

 Desde o início das manifestações contrárias a Lula, Moraes prendeu deputados estaduais, jornalista, empresário, cacique, vereador e pastor

Moraes conduz o inquérito dos 'atos antidemocráticos | Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
Moraes conduz o inquérito dos 'atos antidemocráticos | Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Nesta segunda-feira, 26, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão do jornalista Oswaldo Eustáquio e de Bismark Fugazza, humorista do Canal Hipócritas, por atos antidemocráticos, conforme noticiou a Revista Oeste. Atualmente, existem sete pessoas presas por ordem de Moraes.

Eustáquio e Bismark são acusados de incentivar protestos contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano. A decisão de Moraes foi decretada na semana passada, quando a Polícia Federal começou a procurar a dupla.

Moraes deu início à sua caça a “propagadores de fake news e atos antidemocráticos” em 2019. Desde então, 18 pessoas foram colocadas atrás das grades. Hoje, são sete os presos políticos brasileiros: Milton Baldin, empresário; Cacique Tserere; pastor Fabiano Oliveira; Armandinho Fontoura, vereador de Vitória (Podemos); Jackson Rangel, jornalista e dono do site Folha do ES; além dos deputados estaduais pelo Espírito Santo, Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC).

Baldin foi o primeiro a ser preso, em 6 de dezembro, quando participava da manifestação em frente ao quartel do Exército em Brasília. Antes da prisão, Baldin gravou um vídeo convocando os caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas (CACs) para se juntarem aos manifestantes.

Tserere Xavante, preso em 12 do mesmo mês, foi acusado de condutas ilícitas em atos antidemocráticos. O líder indígena usou as redes socias para fazer críticas a Moraes. Além disso, já publicou vídeos questionando a segurança do pleito de 2022, dizendo que “Lula não foi eleito”.

Já o pastor Fabiano ficou foragido por cinco dias antes de ser detido pela PF. Ele foi preso na segunda-feira 19. Integrante do grupo “Soberanos da Pátria”, Fabiano foi acusado de atacar o “Estado Democrático de Direito”.

O vereador Armandinho Fontoura foi preso numa megaoperação da PF, deflagrada em 15 de dezembro, ao ser investigado por ataques ao STF e por fazer parte de “milícias digitais”. Armandinho criticou ministros do STF nas redes sociais e pediu que fosse colocado “limite nesses bandidos togados”. Também disse que haveria “enfrentamento constitucional”.

Preso na mesma operação que Armandinho Fontoura, Jackson Rangel tem, segundo Moraes, “um extenso histórico de abusos no exercício da liberdade de imprensa e de expressão, como ataques a diversas outras instituições”. 

Hoje em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, Capitão Assumção e Carlos Von estão impedidos de usar as redes sociais e conceder entrevistas ou dar declarações. Capitão Assumção é alvo do inquérito das fake news, que investiga a divulgação de supostas notícias fraudulentas, e Von é acusado de atos antidemocráticos e de usar as redes sociais para se manifestar contra a democracia.

Cacique Tserere preso pela Polícia Federal

No domingo 25, dezenas de indígenas protestaram em frente ao STF pedindo a soltura do cacique. Eles alegam que não conseguem contato com Tserere, que está preso há 13 dias, e querem saber se ele “está bem”.

Revista Oeste