Mesmo relativamente distante do cenário político de Brasília, e voltado para as questões de seu estado, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, utilizou boa parte de seu discurso de diplomação para demonstrar a insatisfação com o momento de autoritarismo e perseguição que impera sobre o país:
"Deve ser garantindo o direito às liberdades individuais para que todo cidadão possa ter sua liberdade de expressão,de escolha religiosa e de manifestar sua convicção política e filosófica", disse o político do Novo, na cerimônia de diplomação, na noite de segunda-feira (19).
E prosseguiu, em um recado mais direto aos que se arvoram no direito de reprimir ou determinar o que é ou não antidemocrático:
"Sempre que uma dessas premissas democráticas é ameaçada, colocamos em risco nossa liberdade. Qualquer sinal de cerceamento da participação de forma livre e plena da vida politica, econômica e cultural é um alerta de que precisamos nos posicionar em defesa da democracia… Qualquer limitação prévia imposta aos brasileiros sobre o direito ao livre pensamento deve ser acompanhada com muita tensão para não abrirmos brechas para abusos autocráticos que criem perigosos precedentes".
Zema ressaltou ainda a importância de ‘adaptação da sociedade’ à nova forma de se comunicar, evidentemente se referindo às redes sociais e à internet, e defendeu que o livre pensamento pode ser até limitado, porém, sem sofrer qualquer tipo de controle sobre a liberdade de expressão:
"Isso é fundamental para não corrermos o risco de transformar o que se dever ser um limite a não ser ultrapassado e que vale para todos, em censura prévia e unilateral, concluiu, de forma taxativa".
A fala de Zema, histórica, tem um peso excepcional, considerando que o governador, declaradamente conservador, está à frente do segundo maior colégio eleitoral do país.
Um sinal de que o ex-presidiário e seus ‘protetores de toga’ não terão, fora dos limites da capital, qualquer facilidade para impor seus atos tirânicos.
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Jornal da Cidade