À revelia do BNDES e do governo, acionistas aprovaram reajuste que também beneficia a alta diretoria da empresa
Na quinta-feira 23, os acionistas da Eletrobras aprovaram um aumento salarial de 3.576% para executivos da empresa. A justificativa para a mudança foi a “falta de reajuste salarial desde 2015”.
Os acionistas ignoraram uma decisão do vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que determinou a suspensão da assembleia. O ministro atendeu a um pedido do governo federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Associação dos Empregados de Furnas e da Associação dos Empregados da Eletrobras para que a empresa não realizasse a reunião.
De acordo com a proposta, o maior aumento é no salário dos conselheiros de administração, que passará de R$ 5,4 mil para R$ 200 mil por mês, representando uma alta de 3.576%. Já o ordenado do presidente da Companhia, Wilson Ferreira Júnior, passará de quase R$ 55 mil para R$ 300 mil por mês.
O impacto das remunerações para a Eletrobras será de e R$ 35,9 milhões, com o pagamento dos novos salários. A proposta deve ser submetida novamente à assembleia-geral ordinária de abril de 2023 para decidir a remuneração dos diretores, conselheiros de administração e conselheiros fiscais.
Mesmo depois da privatização, o governo e o BNDES mantiveram o controle de 40% das ações da empresa.
Revista Oeste