Edmar Santos estava em unidade prisional de Niterói desde 10 de julho e saiu por decisão do STJ; PGR não confirma delação premiada
O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos deixou a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, região metropolitana do Rio, na noite desta quinta-feira, 6. Santos estava preso desde 10 de julho, suspeito de participar de processos ilegais em contratos emergenciais durante a pandemia.
É o Covidão, que explodiu em todo o Brasil, a partir do instante em que o STF determinou que governadores e prefeitos poderiam comprar sem licitação. Foi a senha das 'excelências' para a roubalheira que se espalhou país afora.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não deu detalhes sobre a decisão de soltura porque o processo corre em segredo de Justiça.
O ex-secretário teria firmado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, mas a PGR não confirma essa informação.
Edmar Santos foi preso em uma das fases da operação Mercadores do Caos, do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), com o apoio da Polícia Civil.
A operação investiga um esquema de compras superfaturadas de ventiladores pulmonares pela Secretaria de Saúde.
O ex-secretário responde pelos crimes de organização criminosa e peculato.
Paralela a essa investigação, o Ministério Público Federal também apura esquemas irregulares na saúde do Rio.
Essas investigações resultaram na Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal em maio, e que teve o governador Wilson Witzel e sua esposa como alvos dos mandados de busca e apreensão.
O governador agora enfrenta ameaça de impeachment, barrada somente por determinação temporária do Supremo Tribunal Federal (STF).
O MP-RJ não quis comentar a soltura de Santos.
Roberta Ramos, Revista Oeste