O mercado financeiro reduziu a estimativa média para o recuo Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, revisando a redução de 5,46% para 5,28%. Essa foi a nona semana seguida de melhora do indicador.
A projeção faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 31, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
No mês passado, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nas últimas semanas, porém, indicadores têm mostrado o início de uma retomada da economia brasileira.
O resultado do PIB do segundo trimestre será divulgado nesta terça-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação abaixo de 2%
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 1,71% para 1,77%. Foi a terceira alta seguida do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Taxa básica de juros em 2%
Após a queda da Selic para a mínima histórica de 2% ao ano no começo de agosto, o mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros da economia nesse patamar até o fim deste ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado passou de 3% para 2,88% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem, embora em menor intensidade.
Fabrício de Castro, O Estado de S.Paulo