segunda-feira, 31 de agosto de 2020

PGR fecha acordos de delação que devem devolver R$ 2 bilhões aos cofres públicos

 

Sede da Procuradoria Geral da República, em BrasíliaSérgio Lima/Poder360


A PGR (Procuradoria Geral da República) tem uma lista de 10 acordos de delação premiada em investigações que atingem membros do Congresso Nacional e esquemas de corrupção nos Estados. Segundo informações do jornal O Globoos acordos resultariam na recuperação de R$ 2 bilhões.

Só o grupo Hypera Pharma deve devolver aos cofres públicos R$ 1 bilhão. A PGR fechou acordo com o acionista do grupo, João Alves de Queiroz Filho, e mais 2 ex-funcionários: o ex-CEO Cláudio Bergamo e Carlos Roberto Scorsie. O acordo de repactuação da delação premiada vai incluir ainda o ex-diretor de relações institucionais Nelson Mello.

As delações do grupo podem atingir congressistas do MDB acusados de receber caixa 2 para favorecer a Hypera Pharma no Congresso.

Na lista de delações está a do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, que resultou no afastamento do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

A PGR assinou ainda 1 acordo com 1 ex-assessor do governador interino do Rio, Cláudio Castro (PSC-RJ), Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que aguarda homologação do STF (Supremo Tribunal Federal).

Também aguarda análise do Supremo a delação de José Carlos Lavouras, ex-conselheiro da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). De acordo com O Globo, os fatos relatados envolvem magistrados do Rio.

A PGR também deve finalizar em breve cláusulas do acordo de delação de Eike Batista. O empresário se comprometeu a devolver R$ 800 milhões aos cofres públicos.

Nenhum dos futuros acordos fazem parte de investigações feitas pela força-tarefa da Lava Jato de Curitiba. Aras tem travado uma batalha contra a Lava Jato. Em julho, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que o momento é de “corrigir os rumos” para não estender o “lavajatismo“.

Uma crítica de Aras à coordenação da Lava Jato no Paraná é a suposta falta de critérios nas investigações. O chefe do MPF pede mais transparência e o fim de “segredos” nas operações da força-tarefa. Está nas mãos do PGR decidir se prorroga ou não o grupo de trabalho nos moldes atuais.


Poder360