As montadoras japonesas Toyota e Suzuki anunciaram nesta quarta (28) uma aliança global de longo prazo. De acordo com o comunicado divulgado pelas empresas, o objetivo é estabelecer uma colaboração mútua em novos segmentos, incluindo o desenvolvimento de carros autônomos.
A parceria entre as fabricantes já existe desde 2016. Um dos resultados é o compacto Glanza, um Toyota vendido na Índia que tem como base o Suzuki Baleno.
A nova fase indica uma possível fusão das montadoras, com o objetivo de reduzir custos de desenvolvimento e produção. Esse tem sido o caminho adotado por grandes empresas do setor automotivo, que precisam adequar seus produtos a normas cada vez mais rígidas de controle de emissões e de segurança.
“O setor automotivo passa atualmente por uma mudança sem precedentes tanto em escopo quanto em escala, não apenas por causa de regulamentos ambientais intensificados, mas também pela entrada de novas indústrias e negócios de mobilidade diversificados”, diz o comunicado.
A Toyota vai adquirir 24 milhões de ações ordinárias da Suzuki, operação com valor equivalente a R$ 3,8 bilhões.
Já a Suzuki vai adquirir R$ 1,9 bilhão em ações da Toyota. Segundo as empresas, a junção será concluída após as aprovações de entidades estrangeiras de concorrência.
Caso as montadoras se reúnam sob uma mesma empresa, a ordem das maiores do mundo será alterada.
O grupo Volkswagen lidera o ranking atualmente. De acordo com a consultoria Focus2Move, a empresa teve 5,05 milhões de unidades vendidas no mundo no primeiro semestre deste ano. A Toyota aparece em segundo lugar, com 4,8 milhões, enquanto a Suzuki está na décima segunda posição, com 1,24 milhão.
O grupo Volkswagen lidera o ranking atualmente. De acordo com a consultoria Focus2Move, a empresa teve 5,05 milhões de unidades vendidas no mundo no primeiro semestre deste ano. A Toyota aparece em segundo lugar, com 4,8 milhões, enquanto a Suzuki está na décima segunda posição, com 1,24 milhão.
As divisões brasileiras das montadoras ainda não têm informações sobre como a união influenciará o mercado nacional.
A Toyota tem quatro fábricas em São Paulo: produz carros em Indaiatuba e Sorocaba, motores em Porto Feliz e alguns componentes em São Bernardo do Campo.
Já a Suzuki, que é representada no Brasil pelo grupo HPE, tem uma linha de montagem em Catalão (GO), onde o utilitário compacto Jimny é montado em sistema CKD (as peças vêm do Japão). Outros veículos são importados.
As linhas de produtos das marcas são complementares, o que deve facilitar o desenvolvimento de novos automóveis.
Enquanto a Toyota oferece tecnologias limpas em modelos híbridos ou elétricos com célula de hidrogênio, a Suzuki produz utilitários compactos, segmento que mais cresce no mercado global.
A união das montadoras japonesas é mais um grande movimento do setor em 2019. Em janeiro, Ford e Volkswagen anunciaram uma aliança global que, até então, é focada no desenvolvimento de veículos utilitários, além de carros elétricos e autônomos, mas sem troca de ações.
Houve ainda a aproximação entre os grupos FCA Fiat Chrysler e Renault, em maio. A fusão não se concretizou, mas a possibilidade de um casamento futuro não está descartada.