A ida de Kim Kataguiri à Embaixada da França para “pedir desculpas” pelo “comportamento” do Presidente Bolsonaro, bem como a sua atuação na redação do destaque inserido no projeto da “lei das fake news”, que criou o crime de denunciação caluniosa eleitoral, me fez lembrar dessa foto dele (abaixo).
A imagem flagrou o jovem Kim, já deputado federal, eleito pelo DEM-SP, sentado à mesa com Marcelo Freixo, do PSOL-RJ, confabulando sabe-se lá o que.
Dizem alguns que o político tem que “ser amigo” de todo mundo; tem que construir relacionamentos e socializar; em português claro, tem que ser “vaselina”.
Pois eu já penso diferente: um político tem que ser fiel a seus próprios princípios, e tem que ter extremo cuidado com a sua imagem e credibilidade. Um de seus maiores valores deve ser a coerência à própria ideologia (ou melhor, à própria inclinação política).
Dito isso, lembro que existem 513 Deputados Federais e 81 Senadores no Brasil. Reúnem-se todos no prédio do Congresso Nacional, que funciona quase como uma “cidadela”, com uma população de diferentes regiões e culturas.
Óbvio que o comportamento natural de qualquer ser humano, em uma situação dessa, seria aproximar-se dos que têm afinidade, nessa pequena “cidadela”: essa lenda de que “os opostos se atraem” é uma das maiores mentiras já inventadas. São os iguais que se atraem.
Mas não é assim para Kim. Ele, que se diz um liberal de Direita, não vê qualquer problema em se sentar à mesa com Marcelo Freixo, um político de extrema-esquerda, para - repito - confabular sabe-se lá sobre o que, quando seu discurso político é diametralmente oposto ao que prega o outro parlamentar.
Óbvio que a convivência pacífica, que manda que todos mantenham relações respeitosas e amistosas no ambiente de trabalho (vamos substituir por Câmara dos Deputados), é muito diferente do que uma reunião dessas, à mesa um do outro, para conversar intimamente sobre algo.
Ninguém tem dúvida que um deputado federal como Eduardo Bolsonaro, Marcel Van Hattem ou Filipe Barros, jovens também como Kim (mas não tão jovens como ele), certamente cumprimentariam com um “bom-dia” ou “boa tarde” seus colegas parlamentares de extrema-esquerda, quando se cruzassem nos corredores do Congresso. Mas jamais sentariam à mesa deles para conversas ao pé do ouvido.
Certamente, a coerência política passa longe desse rapaz Kim, que, a continuar assim, vai se transformar em um parlamentar de único mandato.
Esse mesmo discurso vale também para Alexandre Frota (ex PSL-SP), flagrado em uma mesa dessa daí, igual a do Kim-Freixo, com o deputado esquerdista Tulio Gadelha (mais conhecido como ‘namorado da Fatima Bernardes’), do PDT-PE.
Mas de Frota não se trata de incoerência: é que ele realmente não sabe o que o define, politicamente.
No fundo, é a mais pura aplicação daquela velha frase da sabedoria popular: “quem anda com porcos, acaba chafurdando na lama”.
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado
Jornal da Cidade