quinta-feira, 22 de agosto de 2019

PF cumpre 21 mandados de prisão em operação no porto de Santos


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a segunda fase da Operação Tritão, que investiga corrupção na Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), responsável pela gestão do porto de Santos.
Nesta fase, foram expedidos 21 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão. Elas são cumpridas em Santos, São Paulo, Guarujá (SP), Ilhabela (SP), Bragança Paulista (SP), Serra Negra (SP), Duque de Caxias (RJ) e Fortaleza (CE).
Vista de contêineres no Porto de Santos, em Guarujá (SP) - Moacyr Lopes Junior17.nov.2017/Folhapress
Segundo as investigações, uma organização criminosa estaria há anos fraudando licitações e contratos públicos celebrados pela estatal. A PF indica que as irregularidades causaram prejuizo de R$ 100 milhões aos cofres da empresa.
 
"Com base em elementos de prova obtidos da deflagração da Operação Tritão, depoimentos prestados em colaboração premiada e diante de informações fornecidas por membros da atual diretoria da empresa, a PF detalhou e esclareceu as fraudes inicialmente investigadas, além de outras que permaneceram sendo executadas mesmo após a prisão de alguns membros da organização criminosa", informou a PF em nota.
Os investigados responderão às acusações de organização e associação criminosa, fraude a licitações e corrupção ativa e passiva.
Na primeira fase da operação, realizada em outubro do ano passado, teve como alvo licitações, supostamente fraudadas, para contratar softwares, serviços de consultoria em tecnologia da informação e digitalização de documentos.
A concorrência teria sido direcionada já na formulação dos editais, e empresas laranjas teriam participado dos certames para acobertar o suposto esquema e dar aparência de lisura ao processo.
Na ocasião, foram presos, entre outros, o então presidente da estatal, José Alex Botelho de Oliva, o superintendente jurídico, Gabriel Eufrasio e o diretor de relações com o mercado, Cleveland Sampaio Lofrano. Eles foram substituídos no comando da Codesp no mesmo dia, e foram soltos um mês depois após o juiz Fausto de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, conceder habeas corpus.
Ygor Salles, Reuters