terça-feira, 2 de outubro de 2018

Metade das mulheres pode ter demência, mal de Parkinson ou AVC

Pesquisadores avaliam que risco de demência, derrame e mal de Parkinson pode ser reduzido em mais de 50% entre pessoas com mais de 85 anos. Foto: Arquivo
Pesquisadores avaliam que risco de demência, derrame e mal de Parkinson pode ser reduzido em mais de 50% entre pessoas com mais de 85 anos. Foto: Arquivo

Estudo holandês afirma também que propensão em homens é menor, de um a cada três

Uma em cada duas mulheres e um em cada três homens provavelmente terá diagnóstico de demência, mal de Parkinson ou acidente vascular cerebral, estimam pesquisadores em um estudo holandês publicado on-line pela revista Journal of Neurology Neurosurgery & Psychiatry.
Os cientistas do Centro Educativo Universidade Erasmus, porém, ressaltam que as estratégias preventivas podem retardar o início dessas enfermidades em até alguns anos. O risco de morte, assim, seria reduzido entre 20% e 50%.
Acredita-se que os custos globais provocados por demência, derrame e mal de Parkinson representem mais de 2% do PIB global, um índice que deve aumentar acentuadamente à medida que a expectativa de vida continua aumentando.
No entanto, enquanto os riscos de outras doenças graves, como câncer de mama e enfermidades cardíacas, são muito conhecidos e usados para aumentar a conscientização do público, o mesmo não se pode dizer das três analisadas pelo novo estudo holandês.
Para tentar corrigir isso, os pesquisadores rastrearam a saúde neurológica de mais de 12 mil pessoas, que participaram da análise realizada entre 1990 e 2016. O levantamento avaliou a incidência e os fatores influentes por trás das doenças do envelhecimento na população em geral.
Todos os voluntários que participaram da pesquisa tinham ao menos 45 anos quando foram recrutados, sendo que mais da metade (58%) eram mulheres. Foram realizados quatro check-ups anuais, além da análise do histórico familiar.
Nos 26 anos de estudo, 5.291 pessoas morreram - destas, 3.250 não estavam relacionadas a doenças neurológicas. No entanto, 1.489 foram diagnosticadas com demência, principalmente mal de Alzheimer (pouco mais de 80%); 1.285 tiveram um acidente vascular cerebral e 263 foram diagnosticadas com Parkinson. O risco de desenvolver uma das enfermidades foi de 48% entre as mulheres e 36% para os homens.
A diferença entre os sexos, segundo o estudo, foi impulsionada principalmente por mulheres que correm maior risco de desenvolver demência antes dos homens. Mas havia outras diferenças de gênero no risco.
Enquanto aos 45 anos ambos os sexos apresentaram risco semelhante de ter um acidente vascular cerebral, os homens estavam em risco substancialmente maior de ter um AVC mais jovens do que as mulheres.
Segundo o estudo, as mulheres eram duas vezes mais propensas que os homens a serem diagnosticadas com demência e derrame durante sua vida.
Os pesquisadores calcularam que se o início da demência, do derrame e do parkinsonismo atrasassem de 1 a 3 anos, o risco vitalício restante poderia, em teoria, ser reduzido em 20% em pessoas de 45 anos e em mais de 50% naqueles com mais de 85 anos.
O Globo