Por enquanto não tenho o que reclamar dos resultados desta Copa. Tirando Chile e Holanda, que infelizmente não estão participando (diga-se de passagem elas seriam bem melhores de assistir do que, por exemplo, Panamá e Tunísia) as que mais gosto seguem adiante: Bélgica, Inglaterra e França.
Se o Didier Deschamps acreditar que o seu elenco é maravilhoso e não se acovardar, a França pode ser a campeã. Mas o grande problema são as preferências e teimosias dos técnicos. Até gosto do Jorge Sampaoli, mas ele não usar o Dybala foi irritante.
Todos sabem que uma de minhas preferidas era a Espanha, mas deixou de ser a partir do momento em que vejo o Iniesta no banco.
Se podia jogar o segundo tempo deveria ter entrado no primeiro. Adoro quando covardias são punidas exemplarmente.
A Rússia está fazendo uma linda Copa dentro e fora de campo. Apesar de ter um time limitado, mereceu seguir adiante. Me perguntaram se fiquei triste com a saída de Messi e Cristiano Ronaldo. Nem um pouco. O que fico triste é de ver uma Copa sem um Rummenigge, um Maldini, um Roger Milla, um Platini, um Garrincha, um Cruyff, um Van Basten. Deve ser por isso que algumas seleções já rodaram, como Argentina, Alemanha, Portugal e Espanha.
O nível está bem abaixo das grandes Copas. Ainda bem que ainda temos a lucidez de Philippe Coutinho, reconhecido tardiamente por nossos professores. Fez temporadas maravilhosas na Inglaterra, uma escola dura, de força. Um jogador franzino como ele se destacar na Inglaterra não é para qualquer um.
Poderia estar na última Copa do Mundo, por exemplo. Há anos falo dele e sempre me criticaram, dizendo que não era isso tudo e blá blá blá. O Philippe Coutinho tem uma inteligência rara no futebol e dá gosto vê-lo atuar. É focado, concentrado e joga o verdadeiro futebol. E é ele, apenas ele, que pode nos fazer seguir em frente.
Nosso último romântico
No último jogo do Brasil vimos um Neymar nitidamente se preocupando em tocar a bola de primeira e não cair. Até porque aquele cai cai estava atingindo níveis insuportáveis. Mas acham que ele mudou o comportamento por conta de alguma orientação do Tite? Claro &que não! Mudou por causa das redes sociais que não falavam em outra coisa.
E, olha, gargalhei muito com algumas postagens no zap. Porque não basta cair. É preciso cair e rolar mil vezes, bem ao estilo dos cowboys do Velho Oeste, que, após serem atingidos, rolavam várias vezes antes de darem o último suspiro, Kkkkkkk!!!! Mas o Isco, da Espanha, também faz isso, e o Gabriel Jesus é o mais novo aluno do Neymar. E o pior é que estamos em pleno São João e a época do cai cai balão é agora, Kkkkk!!!
Muita gente condena o excesso de drible, caneta, lençol, dizendo que não são jogadas objetivas. Eu discordo, por que já fiz muito. É o que o torcedor gosta de ver. O que ele não gosta de ver é jogador caindo toda hora.
Não escondo de ninguém que não gosto dessa seleção, acho engessada, sem charme, sem ousadia, sem carisma. Mas torço pelo Philippe Coutinho. Nossos últimos títulos têm sido assim, decidido pelo talento individual. Por que mesmo os técnicos mais retranqueiros necessitam de um talento para fazer o gol salvador, a jogada decisiva. E foi assim com Romário e Bebeto, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho.
Salve, Philippe Coutinho, nosso último romântico!