Os seguranças do STF, que contaram também com o reforço de integrantes da Polícia Federal e da Polícia Militar, explicaram ao grupo que não é permitido fazer protesto no local, por se tratar de um patrimônio público. Diante da resistência do grupo, os agentes não hesitaram em empurrar os manifestantes para longe da porta do STF. Na semana passada, um outro grupo jogou tinta vermelha no mármore do piso da fachada do tribunal, também em defesa da liberdade de Lula.
O grupo tinha a intenção de ficar instalado na porta do STF durante toda a greve de fome, que seria encerrada apenas quando Lula obtiver um habeas corpus na Justiça. Como a equipe de segurança impediu o ato, os manifestantes informaram que voltarão para a porta do STF todos os dias. Entre os defensores de Lula estão integrantes de movimentos populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST).
— Somos trabalhadores em greve de fome para que o mundo saiba que o Brasil não pode mais passar fome. Nos pisotearam, como se a gente fosse bicho. No dia que eles estiverem desempregados, nos procurarão para não morrer de fome, mas talvez seja tarde. Eu tenho dó de vocês — disse Luiz Gonzaga, da Central de Movimentos Populares, um dos que aderiram à greve de fome.
Na frente do STF, o grupo deu entrevista à imprensa para explicar o ato. O manifesto divulgado por eles informa que a intenção era denunciar uma série de injustiças sociais, como a fome, o abandono dos mais pobres, o aumento da violência e a situação precária da saúde pública. Depois de cerca de 40 minutos, o grupo foi conduzido pelos agentes de segurança até a Praça dos Três Poderes, onde outras pessoas manifestavam também pela liberdade de Lula, com bandeiras e faixas.
Com O Globo