Blog Ricardo Setti - Veja
A grande, esmagadora maioria dos leitores do blog demonstra equilíbrio e bom senso, inclusive nas críticas feitas ao blog, ao blogueiro, a suas ideias.
Uma pequena parcela parte para a baixaria, não raro concordando com o conteúdo dos posts, mas usando linguagem impublicável. Há outros que lançam mão dessas ofensas contra o blog, o colunista, a revista VEJA, e igualmente têm seus comentários remetidos à lixeira.
Ultimamente, vem acontecendo que certos leitores me acusam de “só saber criticar”, especialmente o governo lulopetista.
“Só saber criticar” significaria, então, que todos os mais de OITO MIL textos já publicados aqui desde que o blog passou a existir, a 13 de setembro de 2010, criticavam alguém, alguma coisa ou alguma entidade, de preferência o governo.
O que é uma loucura, de tão exagerado e absurdo.
Sou, sim, um crítico do lulopetismo, mas muitas vezes reconheço e reconheci, neste espaço, posturas e medidas positivas adotadas pelos três governos do PT — o que, aliás, me levou a, em cada ocasião, ser quase apedrejado por leitores radicais em seu oposicionismo.
Fiquemos no governo Dilma, o que tem levado certos leitores a reclamarem que eu “só sei criticar”.
Desde que Dilma tomou posse, porém, postei vários textos simpáticos a atitudes ou a medidas tomadas pela presidente, a começar por comentários, em diferentes ocasiões, a algo essencial, que seu antecessor não ostentava — um grau infinitamente maior de compostura no exercício do cargo.
Vou lembrar apenas uma das medidas que aplaudi, e que, para minha surpresa, obtiveram pouca repercussão até na imprensa pró-governo e nos blogs alugados.
Explicitei o quanto gostei da disposição da presidente de não mais empurrar com a barriga algo fundamental para a sobrevivência da previdência do funcionalismo público, finalmente fazendo aprovar, com a maioria de que dispõe no Congresso, lei que regulamentava uma reforma na Constituição feita no longínquo ano de 2003, que fixou o teto do INSS como padrão também para os novos funcionários públicos e instituiu fundos de previdência complementar, optativos, para aqueles que quiserem manter, aposentados, seu poder aquisitivo quando da ativa.
Mas há tantas coisas negativas… Vejam-se a inflação, o estado das contas públicas, a situação da Petrobras, as intervenções exageradas na economia, afastando investidores internacionais, os gastos absurdos com a Copa do Mundo, as obras do PAC que se arrastam.
Como não criticar quando se lê, por exemplo, o que publica o blog Dinheiro Público & Cia, do jornal Folha de S. Paulo. Vejam um trechinho, eu volto em seguida, depois do texto em itálico:
Em 10 anos, comissionados no governo passam de 17,6 mil para 22,6 mil
“Enquanto o número de ministérios cresce para acomodar as dezenas de partidos aliados ao governo federal, a quantidade de postos comissionados se expande em cifras ainda maiores.
“Nos últimos dez anos, os ministros passaram de 35 a 39. Subordinados a eles, os ocupantes de cargos de livre nomeação no Poder Executivo passaram de 17,6 mil, no final de 2003, para 22,6 mil em outubro de 2013, segundo os dados mais atualizados.
“Esses cargos são conhecidos como DAS (Direção e Assessoramento Superior) e abrigam, como o nome indica, nomeados para funções de comando ou assessoria. São classificados, conforme a hierarquia, de 1 a 6.
“A multiplicação dos DAS está concentrada nos escalões mais altos, os mais utilizados nas negociações entre o governo e os partidos de sua base de sustentação.
“Ao longo da administração petista, o número de ocupantes de DAS 4, 5 e 6 saltou 46% em uma década, chegando a 4.814. Nesse grupo estão os secretários de Estado, chefes de gabinete, assessores especiais e diretores”.