quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Juiz autoriza Pedro Henry, mensaleiro da gangue do "Barba", a ter dois empregos

Condenado no mensalão, Pedro Henry começa a atuar em dois empregos

O pedido para estudar foi negado semana passada pela Justiça; o mensaleiro acumula as funções de coordenador administrativo e médico legista

Laryssa Borges - Veja
 
Pedro Henry (PP-MT), acusado pela CPI dos Correios de envolvimento no escândalo do mensalão, em 2006
Pedro Henry (PP-MT), acusado pela CPI dos Correios de envolvimento no escândalo do mensalão, em 2006 (Lindomar Cruz/ABr )

Condenado a sete anos e dois meses no julgamento do mensalão, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) passou a trabalhar em dois empregos na cidade de Cuiabá, onde cumpre pena. Desde o início da semana, o mensaleiro se divide entre atuar como coordenador administrativo do hospital Santa Rosa e ser médico legista no Instituto Médico Legal (IML) na capital mato-grossense.

Na última semana, o juiz da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto, havia rejeitado os pedidos de Henry para estudar e ter direito a um segundo trabalho externo no IML. Nesta quinta-feira, porém, o magistrado explicou que o pedido de novo emprego não foi atendido na ocasião porque o condenado pretendia trabalhar como médico legista do IML aos domingos, mantendo o expediente no hospital privado ao longo da semana. Para Fidelis, no entanto, não há problema com o duplo trabalho, desde que haja readequação de horários, obrigando que Henry volte ao presídio no fim de semana e permaneça lá recluso.

Com decisão da justiça, a nova rotina do ex-deputado inclui trabalhar no hospital de manhã e no IML à tarde. Ele tem autorização para deixar a Superintendência de Gestão Penitenciária (Polinter), onde cumpre pena em regime semiaberto, às 6 horas da manhã e retornar às 7 horas da noite.

Pedro Henry, que renunciou ao mandato como deputado federal assim que teve a prisão decretada, foi o primeiro mensaleiro a ter obtido aval para trabalhar fora do presídio. Além do benefício do trabalho externo, o ex-deputado também queria estudar fisioterapia no período noturno durante a semana e cursar pós-graduação em medicina hiperbárica às sextas-feiras e aos sábados. As solicitações de estudar fora da Polinter foram negadas pela justiça porque ele não cumpriu o mínimo de um sexto da pena – condição para que possa ser autorizada a saída temporária voltada ao estudo.