Dilma confirma demissão da ministra de Comunicação
- Mais cedo, Helena Chagas respondeu às críticas do PT de que não destinava verbas de publicidade para a mídia alternativa
- Ministra disse que manteve o “critério da mídia técnica”, que possibilitou “a oportuna e equilibrada publicidade governamental
- Ela será substituída pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, que toma posse na segunda
A presidente Dilma Rousseff confirmou sexta-feira a demissão da ministra da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Helena Chagas, e a substituição dela pelo atual porta-voz, Thomas Traumann, que tomará posse nesta segunda-feira, juntamente com Aloízio Mercadante, na Casa Civil; Arthur Chioro, na Saúde, e José Henrique Paim, na Educação.
Em nota oficial, a presidente "agradeceu a dedicação e os relevantes serviços prestados ao país pela jornalista Helena Chagas no comando da pasta, ao longo dos últimos três anos". A confirmação da demissão aconteceu algumas horas depois que a ministra respondeu, em carta de demissão à presidente, às críticas do PT de que não destinava verbas de publicidade para a mídia alternativa.
Na carta, divulgada nesta sexta-feira pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Helena disse que manteve o “critério da mídia técnica”, adotado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que o cadastro de veículos de comunicação foi ampliado, totalizando 9.963 em todos os estados brasileiros.
A ministra agradece também à presidente pela oportunidade e confiança nos três anos em que ficou no governo. Disse que foi “um período de significativas realizações do governo, cuja divulgação se deu com todo o entusiasmo e engajamento desta secretaria”. A ministra afirmou que preservou e aprimorou o critério da mídia técnica, o que possibilitou “a oportuna e equilibrada publicidade governamental de tais ações públicas, trazendo ao cidadão informação clara e objetiva a respeito de seus direitos e das oportunidades que lhe eram postas”.
Helena diz que formalizou o pedido de demissão “conforme entendimentos anteriormente mantidos”, logo na abertura da carta de demissão.
“Acredito ter contribuído, com meu trabalho e com o esforço dos servidores da Secom, para a imagem positiva que V. Exa. e seu governo têm junto aos brasileiros, como justo reflexo do desempenho da gestão pública nesses três anos em que tive o privilégio de compor seu ministério”, afirmou.
Helena não deverá participar da campanha eleitoral de Dilma e entrará em quarentena, conforme prevê a legislação.
Dilma resolveu trocar o titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom) para dar uma postura mais agressiva ao setor de comunicação do governo no ano eleitoral, como defende o PT. Essa troca não estava prevista para este momento, mas a ministra Helena Chagas, surpreendida pelo vazamento da notícia, entregou a carta de demissão na quinta-feira à tarde. Sua saída foi motivada por pressões do PT e, mais recentemente, pelo desgaste da falta de transparência com a agenda da presidente Dilma na polêmica “escala técnica” da comitiva presidencial em Lisboa, sábado passado.