sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Produção da Petrobras no Brasil em 2013 foi a menor dos últimos 5 anos

Quantidade de petróleo e gás produzidos caiu 2,5% em relação a 2012, para 1,93 milhão de barris por dia

  • Resultado é pior que o projetado pela estatal para o ano
Marcio Beck - O Globo
 
Pelo segundo ano consecutivo, a produção de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil caiu, atingindo a média de 1,93 milhão de barris por dia (bpd) em 2013, 2,5% menor que os 1,980 milhão de bpd em 2012. Com o resultado divulgado nesta sexta-feira, o nível de produção do ano passado foi o mais baixo dos últimos cinco anos, de acordo com dados disponíveis no site da empresa; ficou acima dos 1,854 milhão de bpd registrados em 2008.

É a maior queda percentual na produção desde 2004, quando o volume caiu de 1,540 milhão de bpd em 2003 para 1,492 milhão de bpd (-3,1%) no ano seguinte. De 2011 para 2012, o recuo foi de 2%. Além disso, o resultado anual foi pior que a mais pessimista das estimativas da estatal, que era de recuo de 2%, anunciada em fevereiro e depois reafirmada em meados do ano pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster.

Mesmo considerando a produção internacional, também há queda acumulada nos dois últimos anos. Em 2011, a média era de 2,169 milhões de bpd; em 2012, recuou 2%, para 2,126 milhões de bpd e, no ano passado, caiu 3%, fechando em 2,059 bpd.

Atrasos e paralisações prejudicaram

Em nota, a estatal atribuiu o recuo a atrasos diversos na operação. O GLOBO entrou em contato com a Petrobras, mas foi informado pela assessoria de imprensa que a empresa não vai comentar os dados da produção antes da divulgação de seus resultados do último trimestre do ano passado.


Além disso, contribuíram para a retração o atraso na chegada ao Brasil e dificuldades de instalação de equipamentos denominados Boias de Sustentação de Risers (BSRs), que permitiriam a interligação de novos poços nos campos de Sapinhoá e Lula NE, na Bacia de Santos. Também houve atraso no início da produção das plataformas P-55 e P-58, no campo de Roncador e no Parque das Baleias, respectivamente, na Bacia de Campos.

A petroleira aponta que a interligação de novos poços nestas unidades vai ajudar a aumentar a produção neste ano. O mesmo ocorrerá com as plataformas P-62, no campo de Roncador, e P-61, em Papa Terra, previstas para começar a produzir ainda no primeiro semestre.

Em dezembro, houve aumento de 0,4% em relação a novembro - de 1,957 bpd para 1,964 bpd -, que segundo a empresa se deveu à entrada em produção de novos poços nas plataformas P-26, no campo de Marlim, e P-56, no campo de Marlim Sul, ambos na Bacia de Campos.

As novas unidades ajudaram a compensar a parada programada da P-53 (no fim de novembro) e a parada de produção da P-20, no campo de Marlim, a partir do dia 27 de dezembro, para reparar danos causados por incêndio no sistema de produtos químicos daquela plataforma.

‘Dolorosamente menor que o esperado’

Os números foram considerados fracos por analistas do Credit Suisse. “A aceleração (na produção) está dolorosamente menor que o esperado, sem aumentos de produção nos últimos três meses (...) Precisaremos ver a produção começar a crescer para mostrar algumas melhoras até março, no máximo”, disseram os analistas do Credit Suisse em nota a clientes.

A companhia informou ainda que pré-sal teve recorde de produção diária, de 371,3 mil barris de óleo por dia (bopd), em 24 de dezembro. Essa marca foi obtida com 21 poços produtores em operação.

Com agências internacionais