sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Saque de fundos de emergentes é o maior desde 2011. Resgates de investidores somam US$ 6,3 bilhões

O Globo

A aversão às economias emergentes, em meio à desaceleração da China e à retirada de estímulos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), estes mercados sofreram saques de mais de US$ 6 bilhões em fundos de investimento no período de sete dias encerrado na última quarta-feira, de acordo com dados da EPFR, consultoria que acompanha fluxos financeiros globais. Foi o maior ritmo de resgastes semanais desde agosto de 2011. No mês, a cifra vai a US$ 12,2 bilhões.

Os fundos de títulos de dívida de emergentes também perderam: foram US$ 2,7 bilhões na semana e US$ 4,6 bilhões no ano. Entre os que estão sofrendo grande saques estão a Franklin Templeton (de Mark Mobius), a Ashmore e a First State. Indagado sobre as perdas, Mobius reagiu com sangue frio, afirmando que a queda dá oportunidade de comprar ativos baratos.

A turbulência já atinge o mercado de ações e se juntou a fatores locais para derrubar as bolsas americanas e européias. Nos EUA, os resultados da Amazon (- 9%) e Mattel (-5,1%) desapontaram investidores, na contramão da maioria das empresas, e ajudaram a puxar os índices para baixo. O S&P cai 0,6% e está fechando o mês com recuo de 3,7%, o pior resultado para janeiro desde 2010. O Dow Jones abriu em queda de 1% e agora recua 0,6%. A Nasdaq, 0,8%.
Na Europa, a queda da inflação para nível recorde evidenciou a fragilidade da recuperação e levou desânimo os investidores, além de alimentar expeculações sobre um novo afrouxamento da política monetária pelo Banco Central Europeu. A Bolsa de Frankfurt perde 1,6%, influenciada pela queda nas vendas no varejo alemão em dezembro. Em Londres, o mercado recuou 1,3%. Em Paris, 0,35%.

Diante da persistência da venda e depreciação das moedas de emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos bancos centrais evitem que a aversão precipite um aperto nas condições de crédito internacional. Um porta-voz do fundo disse que alguns emergentes precisam adotar “ações urgentes” para garantir a melhora nas suas economias.