Escala de Dilma em Lisboa foi decidida durante ida para Davos
- Equipe de funcionários foi enviada à capital portuguesa na sexta
Paulo Celso Pereira e Chico de Gois - O Globo
O pernoite da presidente Dilma Rousseff em Lisboa , sábado, não foi decidido em cima da hora por questão climáticas, como informado pelo governo. A opção foi feita pela presidente durante a ida dela para Davos (Suíça), quarta-feira à noite; em seguida, foi enviado a Lisboa um Escalão Avançado (Escav), como é chamada a equipe de funcionários do governo responsáveis por vistoriar locais onde a presidente passará. Segundo integrantes da comitiva, ao menos três servidores saíram de Brasília para Lisboa na sexta-feira, dia 24. Outros saíram de Zurique para Portugal, antes da presidente, no sábado.
Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência não informou o número de servidores da equipe preparatória nem detalhou dia e hora do voo, alegando questão de segurança. Em 2012, Dilma também aproveitou escala em Portugal em viagem à Alemanha para conhecer o restaurante Cafeína, no Porto.
Terça-feira, em Cuba, a presidente Dilma disse que escolhe o restaurante que quer e que paga do seu bolso. Acrescentou que não usa cartão corporativo nessas ocasiões. A presidente não recebe para viagens de trabalho as diárias a que têm direito ministros e funcionários. Ela tem um ordenador de despesas, em Brasília e nas viagens, para bancar despesas. No caso do restaurante em Lisboa, ela disse que pagou do próprio bolso. Os ministros, também. As diárias que recebem podem cobrir esse tipo de despesa. Em viagens à Europa, o valor das diárias varia de US$ 460 (ministros) a US$ 350 (servidores).
Quando assumiu, em janeiro de 2011, Dilma reduziu despesas com o cartão vinculado à Presidência. Cortou viagens, reduzindo o número de funcionários que viajavam. No último mandato de Lula, a Presidência gastou R$ 6,183 milhões nos cartões, sendo R$ 6,150 milhões sem divulgação. Dilma, em 2011, teve despesas que somaram R$ 5,250 milhões, com R$ 5,187 milhões em despesas secretas.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não permite a divulgação do tipo de gasto do cartão da Presidência, alegando questão de segurança. A assessoria de imprensa da Secretaria Geral da Presidência informou que o aumento no gasto com os cartões corporativos de 2012 a 2013 se deve a aumento do número de inaugurações e entrega de obras no terceiro ano de governo.