Um estudo divulgado em agosto pelo Morgan Stanley identificou a Turquia, Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia como as economias que se tornaram demasiadamente dependentes de investimentos estrangeiros para financiar as suas ambições de crescimento. O fenômeno foi batizado pela empresa global como "Frágil Five", assim como o boom dos mercados emergentes recebeu do mercado o termo BRICs, uma abreviação dos países que o integram - Brasil, Rússia, Índia e China. Segundo o The New York Times, que publica uma reportagem sobre o assunto (‘Fragile Five’ Is the Latest Club of Emerging Nations in Turmoil), o Frágil Five teve boa aceitação, porque destaca claramente as tensões que ocorrem quando os países colocam muita ênfase nas taxas de crescimento econômico. O novo slogan levanta questões prementes do BRICs e também envolve os mercados emergentes de uma forma geral. O relatório do Morgan Stanley foi divulgado em um momento em que relatos sobre o Federal Reserve poderia reduzir o seu programa de compra de títulos. O termo se tornou uma maneira rápida e fácil dos investidores expressarem o receio, de uma forma mais ampla, dos mercados emergentes serem fatalmente afetados, com a vigilância dos movimentos do mercado global na Turquia, na Ìndia, Africa do Sul e Brasil. Segundo o NYT, estes receios vieram à tona nessa semana, quando a Turquia, visto pela maioria dos investidores como o mais frágil da Fragile Five, elevou as taxas de juros de 4,25 pontos percentuais na terça-feira (28/1). O aumento mais acentuado do que o esperado pelo banco central do país - o que antes levava uma abordagem bastante passiva para defender a sua moeda - foi usado para convencer os investidores estrangeiros, bem como representes de empresas, para segurar a sua moeda em vez de trocá-las por dólares.
Tal como acontece com outros membros da Fragile Five, a Turquia baseia-se fortemente no investimento inconstante de curto prazo de mercados estrangeiros, com o intuito de financiar grandes déficits em conta corrente, cujo resultado tem sido uma moeda que muitos investidores dizem que é supervalorizada. Os analistas em investimentos gostam de apresentar nomes atraentes que simplificam as suas opiniões e, idealmente, capturam o espírito do momento do mercado. Durante o período inicial da crise do euro, alguns descreveram o mercado em Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha.
E quando o foco se voltou para a Grécia e seu futuro na zona do euro, o termo Grexit se tornou como uma arte. Em setembro, os analistas do Deutsche Bank chegaram com a denominação Biits, que abrange os mesmos países do Frágil Five, mas enfeitou poucos relatórios dos analistas.
A reportagem do NYT chama a atenção para o fato de que os países atingidos pela crise financeira asiática de 1997 não foram selados com um apelido. Como nesse e em outros impactos em países emergentes, os investidores estrangeiros e os credores resgataram o seu dinheiro por causa de preocupações mais amplas sobre a incerteza política e econômica. E, embora tenha havido saídas da Turquia e alguns dos outros membros do Frágil Five, de um modo geral, os investidores estrangeiros se retiraram da classe de ativos como um todo. Na entrevista ao NYT, o economista do Goldman Sachs no final de 2001, Jim O'Neill, disse que acredita que estas são as melhores oportunidades de investimento em todo o mundo, mas reconhece que há uma oscilação de mercado emergente. O'Neill avalia que os países populosos com alto potencial de crescimento servem como estímulos para o México, Indonésia, Nigéria e Turquia. Quando ele criou a expressão BRICs, a entrada de capitais estrangeiros nos mercados emergentes estava beirando os 190 bilhões de dólares por ano, de acordo com dados do Instituto de Finanças Internacionais, um grupo formado por bancos internacionais voltado para o comércio.
O texto ressalta que o resultado deste movimento não poderia ter sido melhor, pois o Federal Reserve estava num processo de mudança para uma política de taxas de juro muito baixas e serviu para acelerar o crescimento da China, o que seria um crescimento de commodity de longo prazo.
Investidores sedentos pelos rendimento começaram a jogar no mercados previsto por O'Neill as suas economias. Desde 2010, as entradas líquidas anuais para esses mercados têm em média um pouco mais de um trilhão de dólares por ano. Como resultado, O'Neill tornou-se um "homem global" e foi reverenciado pelos investidores e pelas nações do BRIC.