terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Finalmente Dilma lançou sua 1ª grande obra, mas em Cuba, diz Aécio

Finalmente Dilma lançou sua 1ª grande obra, mas em Cuba, diz Aécio

Em almoço com alguns dos principais nomes do PSDB, o presidenciável tucano, senador Aécio Neves (MG), disse nesta terça-feira (28) ver com preocupação as crises econômicas na Argentina e Venezuela e criticou o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o Porto de Mariel, em Cuba. A obra foi inaugurada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (27).

"Finalmente a presidente Dilma inaugurou a primeira grande obra de seu governo, pena que em Cuba", disse o senador a aliados. Ele fez o comentário durante o almoço na capital paulista.

Participaram do encontro o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, e o ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa. O vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP) foi o último a chegar ao restaurante, em Higienópolis.

O Brasil forneceu um crédito de US$ 802 milhões (R$ 1,92 bilhão) para a construção do porto, que custou US$ 957 milhões. Após o lançamento da primeira parte do empreendimento, Dilma anunciou, ao lado do ditador cubano Raul Castro, um investimento adicional de US$ 290 milhões (R$ 701 milhões) na zona econômica especial do porto de Mariel, dos quais 85% virão de crédito do BNDES e os restantes 15% serão a contrapartida do governo cubano.

O senador Aécio Neves e sua mulher, a gaúcha Letícia Weber

PROGRAMA DE GOVERNO

Antes do almoço, Aécio se reuniu com Lafer e Barbosa no apartamento de FHC. Barbosa será responsável pelo capítulo de relações exteriores e comércio internacional do programa de governo que Aécio apresentará durante a campanha presidencial. Lafer também será colaborador. O coordenador-geral do programa será o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia.

No encontro reservado, eles trocaram impressões sobre a crise econômica na Argentina. Segundo interlocutores, Aécio teria demonstrado preocupação com a repercussão da recessão do país vizinho no Brasil, e ressaltou que a esse cenário se somam as dificuldades da Venezuela. Os dois países são compradores de produtos brasileiros manufaturados e a extensão dos problemas "gera preocupação" no mercado interno, na avaliação do senador tucano.

Aécio também conversou sobre seu projeto de mudar o perfil da participação do Brasil no Mercosul.

O senador teria dito que o país não pode ficar "amarrado" ao mercado de países da América do Sul.

O almoço foi a terceira agenda de Aécio em São Paulo em quatro dias. O senador esteve na noite de segunda um encontro reservado com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), no qual lhe contou os planos de lançar sua candidatura presidencial em São Paulo. Consultado, Alckmin disse que seria "um gesto importante" para os tucanos do Estado. O próximo a ser ouvido pelo senador sobre o assunto é o ex-governador José Serra. Aécio espera construir um consenso com os líderes do partido no Estado para, então, definir uma data. A ideia do tucano é fazer o ato no fim de março.