Os endividamentos da Vale e da Petrobrás subiram por razões diferentes. A mineradora sofreu forte impacto dos baixos preços do minério em um momento em que ainda fazia pesados investimentos, sobretudo colocar em pé o bilionário projeto de Carajás, no Pará, enquanto a Petrobrás teve seu nome envolvido nos escândalos de corrupção da Operação Lava Jato, que afetaram sua reputação tanto no Brasil quanto no exterior.
A rentabilidade da estatal também foi dragada pela política de controle de preços dos combustíveis, adotada pela gestão do PT.
As gigantes, no entanto, convergiram ao adotar a estratégia de redução do endividamento por meio de cortes de custos, mudanças de estratégias de negócios e da venda de ativos não estratégicos. Desta forma, reduziram seu endividamento combinado em 32,8% entre setembro de 2015 e setembro de 2018, para um total de R$ 334,7 bilhões, segundo dados da consultoria Economática.
A Petrobrás informou que, de setembro de 2016 a setembro de 2018 reduziu em A Petrobrás informou que, de setembro de 2016 a setembro de 2018 reduziu em um terço a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa (medida pelo Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). O indicador está em 2,96 vezes, abaixo do índice de 3, considerado pela S&P Global o limite para um endividamento saudável. A empresa destacou a mudança da política de preços – alinhada a padrões internacionais – como outro fator positivo.
A mineradora Vale lembrou que, em um ano, conseguiu reduzir seu endividamento em US$ 10,3 bilhões em setembro. Com isso, a companhia afirma ter chegado ao menor endividamento líquido em uma década. A Vale afirmou que sua dívida é equivalente a 0,7 vez sua geração de caixa – trata-se, segundo a mineradora, do menor patamar desse indicador desde o primeiro trimestre de 2012, ou quase sete anos.
Mônica Scaramuzzo e Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo