terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Estrutura de segurança na posse contou com 12 mil pessoas

Público
Público se posicionou na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes 
Foto: Nelson Almeida/AFP
Foi complicado, certamente custou caro, mas, no fim, deu tudo certo. No começo da noite, com a agenda do dia da posse quase no fim, e restrita a eventos de baixo risco, como o jantar no Itamaraty oferecido para as 46 delegações estrangeiras, boa parte do gigantesco esquema de segurança montado em Brasília para durar 48 horas já estava em regime de desmonte. No centro de comando da operação, envolvendo representantes da Polícia Federal, dos comandos militares, da Defesa, do Ministério da Justiça e do Palácio do Planalto, os coordenadores começavam a relaxar. “Por aqui só se vê gente de gravata arriada, copo de café na mão e com o pé na mesa”, disse ao Estado um dos funcionários da área de inteligência.
Foi um procedimento e tanto. Cerca de 12 mil pessoas trabalharam, divididas em dois grupos, um dos quais de reserva, mas em alerta. Sobraram algumas lições para o futuro. No mapeamento de pontos de visada que servissem a eventuais franco atiradores, os snipers das forças de elite identificaram cerca de 75 posições de tiro. Todas foram cobertas. A cerimônia de revista das tropas, pouco antes das 17h, o momento em que simbolicamente o novo presidente recebe a chefia máxima das Forças Armadas, mudou de lugar em benefício da garantia de Jair Bolsonaro – ficou longe do público, para evitar eventuais manifestações, e também fora do alcance dos prédios mais próximos.

Uma etapa tensa da agenda. A liturgia da solenidade é lenta: Bolsonaro, em marcha marcada diante de destacamentos das três Forças. Parou diante da bandeira nacional acrescida de flâmulas militares e a reverenciou com uma continência. Recebeu a saudação de volta. Para evitar a longa exposição em ambiente aberto, foi sugerido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que Bolsonaro, paraquedista e capitão reformado do Exército, optasse por cumprir o protocolo em um salão do Planalto, com representação de pessoal. Não aceitou.

Roberto Godoy, O Estado de S.Paulo