A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Pernambuco, autarquia federal subordinada ao Ministério da Educação, passa por maus bocados.
Além de aparecer entre os órgãos federais mais vulneráveis em termos de riscos de fraude e corrupção, de acordo com relatório do TCU, a Fundaj internamente vive em polvorosa.
Sem presidente titular desde março de 2018, quem está à frente da pasta é a diretora-administrativa Ivete Pereira. Não pegou bem entre seus subordinados o fato dela sair de férias no começo do mês e voltar ao trabalho apenas no próximo dia 17. Alegam que o órgão já está a deriva com ela, interina, quanto mais sem.
Mas o ponto sensível na relação toda são mesmo as nomeações da época que o MEC estava sob controle de Mendonça Filho. Como todo boa autarquia federal, nomeações políticas são comuns. Às favas com os critérios técnicos.
Os funcionários, claro, querem que apenas servidores efetivos, com formação adequada e amplo conhecimento sobre o órgão, ocupem cargos de direção.
Um grupo, inclusive, denunciou à Controladoria Geral da União o excesso de cargos ocupados por indicação do ex-ministro da Educação antes e após as eleições. De acordo com o documento entregue, em 2014 o número de cargo comissionado para o setor de assessoramento superior (cargos de direção do órgão), era de 40,8%. Sob a gestão de Mendonça Filho, em 2016, aumentou para 50,5% e em 2018, para 65%.
Outro ponto da denúncia é a contratação em excesso de terceirizados e estagiários.
Alfredo Bertini, caso confirmado por Ricardo-Vélez Rodriguez na presidência da Fundaj, terá muito trabalho em apaziguar os ânimos.
Pedro Carvalho, Veja