A melhora do indicador mostra a prevalência de um sentimento de otimismo, explica pesquisadora
O Índice de Confiança da Construção de setembro fechou em 101,7 pontos. É o maior valor desde novembro de 2012, quando os dados resultaram em 102,3 pontos. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), autor do indicador, divulgou os números nesta terça-feira, 27.
“A indicação de melhora do ambiente de negócios da construção foi bastante significativa em setembro, o Índice de Confiança ultrapassou a marca de neutralidade, revelando a prevalência de um sentimento de otimismo”, explicou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE. “Vale a ressalva que nem todos os segmentos setoriais avançaram na mesma direção, mas no segmento de edificações houve uma recuperação importante que mostra um sentimento de confiança semelhante ao alcançado no início de 2014.”
De acordo com a pesquisadora, “o resultado da sondagem de setembro fortalece as projeções de um crescimento vigoroso para a construção em 2022, impulsionado pelo ciclo de negócios das empresas”. Contudo, ressalva Ana Maria, “os desafios para a continuidade desse crescimento permanecem ante às fragilidades fiscais.” Ela cita a perspectiva da manutenção das taxas de juros elevadas por muito mais tempo e um possível comprometimento dos investimentos públicos como fatores negativos.
Fatores para melhora da confiança da construção
A melhora da confiança da construção em setembro teve influência das avaliações sobre o momento atual e das perspectivas para os próximos meses. “O Índice de Situação Atual avançou 1,3 ponto, para 97,7 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (98,3 pontos)”, de acordo com a FGV.
“O Índice de Expectativas avançou 5,6 pontos, para 105,7 pontos”, informou a instituição em nota. “Essa alta é resultado de um otimismo em relação à tendência dos negócios nos próximos seis meses e da demanda no curto prazo cujos indicadores cresceram 8,8 pontos e 2,5 pontos, para 106,1 pontos e 105,3 pontos, respectivamente.”
Além disso, o Nível de Utilização da Capacidade da Construção (Nuci) ficou relativamente estável, ao variar 0,3 ponto porcentual. O Nuci da mão de obra e o de máquinas e equipamento também teve oscilações pequenas.
Artur Piva, Revista Oeste