sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Voo comercial mais longo do mundo aterrissa em Nova York

Depois de 17h52 e 16,7 mil quilômetros no ar, 

aeronave da Singapore Airlines - que fez a rota

 entre a cidade-Estado do sudeste asiático e os

 EUA - aterrissou no aeroporto de Newark



NOVA YORK, EUA - O  voo comercial mais longo do mundo chegou nesta sexta-feira, 12, em Nova York, após quase 18 horas de viagem de Cingapura. De acordo com o portal do aeroporto de Newark, em New Jersey, o voo SQ22 aterrissou às 5h29 local (6h29 de Brasília), após ter decolado às 23h37 de Cingapura, fazendo cerca de 17h52 de voo - a previsão inicial era de 18h25 de voo.
"Sinto-me perfeitamente descansado. Tenho sorte de conseguir dormir em aviões", declarou Kristopher Alladin, um canadense de 37 anos, antes de pegar um voo para Ottawa. "Apesar de estar na classe econômica premium, se tem a impressão de estar na primeira classe", acrescentou.
Passageiros do voo SQ22, que percorreu 16,7 mil quilômetros sem escalas entre Cingapura e Nova York aguardam antes de embarcar no país asiático
Passageiros do voo SQ22, que percorreu 16,7 mil quilômetros sem escalas entre Cingapura e Nova York aguardam antes de embarcar no país asiático Foto: EFE/ Wallace Woon
A aeronave transportou 161 passageiros: 67 na classe executiva e 94 na "econômica premium". O avião não possui classe econômica.
Com este novo voo, a Singapore Airlines recupera o primeiro lugar no ranking das empresas que fazem as viagens mais longas. O voo tirou do primeiro lugar o 921 da Qatar Airways entre Auckland e Doha, de aproximadamente 18 horas.
No entanto, esta não é a primeira vez que a companhia aérea fez essa rota, que já existiu há nove anos antes de abandoná-la em 2013, quando os preços do petróleo acabaram com sua rentabilidade.
Apesar do preço do barril de Brent superar outra vez os US$ 80, a companhia aérea está convencida de que esta rota especialmente apreciada por empresários pode ser rentável pelo melhor desempenho energético das aeronaves.

Comodidades

Dois pilotos e dois copilotos se revesaram no comando do Airbus A350-900 ULR (ultra longo alcance), que percorreu 16,7 mil quilômetros entre a cidade-Estado do sudeste asiático e os EUA.
A tripulação, com 13 auxiliares de cabine, trabalhou em turnos para que todos tenham as quatro horas de descanso mínimo regulamentar, informou a Singapore Airlines.
Passageiros do voo entre Cingapura e os EUA receberam souvenirs, como chaveiros, camisetas e bonés
Passageiros do voo entre Cingapura e os EUA receberam souvenirs, como chaveiros, camisetas e bonés Foto: AP Photo/Wong Maye-E
O tempo de voo é um desafio para os passageiros. Aqueles que não estavam com livros puderam recorrer a um catálogo de filmes e programas de televisão com uma duração acumulada de 1,2 mil horas, o equivalente a sete semanas. O menu a bordo contou com pratos selecionados para que os clientes se sentissem à vontade no voo.
Para melhorar a experiência de voo e reduzir a tensão de uma viagem de quase um dia, o avião tem um teto mais elevado que o habitual, janelas mais amplas e uma iluminação LED especial que altera as cores com o objetivo de reduzir o "jetlag" e os efeitos da mudança de horário provocados por uma viagem intercontinental.
"As pesquisas mostram que a hidratação e a nutrição são fatores importantes", declarou Rhte Bhuller, especialista em saúde da consultoria Frost&Sullivan. "É necessário evitar os alimentos que provocam gases e que fazem com que a pessoa sinta-se inchada, além do consumo excessivo de álcool", completou.
"A principal preocupação é a trombose venosa profunda, que é consequência de permanecer sentado por muito tempo, e a desidratação", explica Gail Cross, do Hospital Universitário Nacional de Singapura.
A Airbus entregou seu primeiro A350-900 ULR a Singapore Airlines em setembro. O avião da série A350 (longa distância) amplia seu percurso de 8.100 milhas náuticas (aproximadamente 15.000 km e 16 horas de voo) a 9.700 milhas náuticas (quase 18.000 km e até 20 horas de voo) graças a uma otimização do sistema de combustível que permite gastar 25% menos. / AFP

O Estado de São Paulo