sexta-feira, 12 de outubro de 2018

"Pé na bunda", por Nelson Motta

Quando o PT lutou pelo financiamento público das campanhas, e Romero Jucá aumentou o Fundo Eleitoral para R$ 3 bilhões para facilitar a vida das pessoas mais desprezadas e odiadas do Brasil, os analistas políticos tiveram a certeza de que os mesmos de sempre abocanhariam as maiores verbas de campanha, e a reeleição geral era certa. A renovação do Congresso seria impossível.
Mas a grande surpresa e alegria desses dias de ira foi ver gente como o onipresente e maligno Romero Jucá, o sinistro Eunício Oliveira, o trio Jovair Arantes, Cristiane Brasil e Ronaldo Nogueira (donos do Ministério do Trabalho), Lúcio Vieira Lima (irmão de Geddel), o multi-indiciado Valdir Raupp, o truculento Roberto Requião, os irmãos Sarney, Leonardo Picciani, o garoto da floresta Sibá Machado, Aníbal Gomes (parceiraço em vários processos e provável laranja de Renan Calheiros ), Marco Antônio Cabral (filho do multicondenado Sérgio), Luiz Sérgio e José Mentor, e mais 150, que foram postos na rua pelo voto popular indignado. Que também deu um rude golpe em Dilma Rousseff, por ter nos levado a uma crise que tanto contribuiu para a ascensão de Bolsonaro. O nós contra eles de Lula... deu neles. E ninguém reconhece nenhum erro.
São corruptos, ou incompetentes, ou fanáticos políticos, ou parceiros em falcatruas que desmoralizaram o Congresso, ou simplesmente burros. Tiveram o que mereceram: um pé na bunda.
Não se sabe o que será o novo Congresso, que também perdeu gente da qualidade de Cristovam Buarque e Cássio Cunha Lima, com uma maioria de novatos ainda não contaminados pelo vícios e privilégios dessa casta que se julgava intocável e suga e destrói o Brasil há décadas. Pena que Renan Calheiros, o pior de todos, escapou da degola, sabe-se lá a que preço.
Em compensação, no ódio aos políticos e no tsunami Bolsonaro, foram eleitos vários representantes da nova escória nacional, que serão até piores do que o lixo atual.
Mas humilhar essa gentalha que humilhou, roubou e atrasou o Brasil não tem preço.
O Globo