quinta-feira, 11 de outubro de 2018

No primeiro turno, Haddad tentou provar ao eleitor que era Lula. Levou uma surra monumental. Afinal, Lula está no xilindró. Como ladrão. Agora, o poste do presidiário diz que não é mais Lula...

Neste segundo turno eleitoral, parece que Haddad não vai ser tão Lula, como pregava até então o bordão do PT na campanha.
O GPS Eleitoral, ferramenta da Folha que monitora as estratégias dos candidatos, mostra que praticamente desapareceram conteúdos referentes a defesa e elogios ao ex-presidente, que eram comuns na campanha de Haddad.
O sistema analisou o que o petista e o também candidato Jair Bolsonaro (PSL) publicaram desde segunda (8), quando começou campanha de segundo turno, em vídeos e postagens no Facebook e Twitter.
Desde que foi oficializado como postulante pelo PT, Haddad colocava semanalmente como um de seus cinco principais assuntos de campanha algo relacionado a Lula.
Em algumas semanas esse chegou a ser o assunto com mais inserção, como no fim do mês passado, com vídeos sobre políticas do ex-presidente para o Nordeste.
Nesta semana, nenhum tópico relacionado ao ex-presidente ficou entre os cinco mais mencionados.
Preso por corrupção, Lula liderava as pesquisas até ter sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A estratégia do PT foi transferir o máximo possível desses eleitores que Lula tinha. Agora, a ideia parece ser se aproximar de outros públicos.
O tema mais mencionado por Haddad em seus vídeos foi a proposta de tirar o nome de pessoas devedoras de serviços de proteção ao crédito, como Serasa e SPC.
Esse foi um dos principais temas no primeiro turno de Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado que agora declarou apoio ao petista.
Líder com 46% dos votos na primeira rodada, Bolsonaro manteve como tópico mais citado os ataques ao PT.
Um dos temas presentes foi justamente a ligação de Haddad com Lula, lembrando que o ex-presidente está preso.
O GPS Eleitoral fez transcrição de todos os vídeos publicados pelas campanhas em seus canais oficiais, que totalizaram 1h29 no período. Também foram consideradas todas as postagens dos candidatos na rede social.
Modelo estatístico analisou as 15 mil palavras e apontou os temas mais presentes.
Leonardo Diegues , Marina Merlo , Guilherme Garcia e Fábio Takahashi, Folha de São Paulo