Mauro Zafalon/Follhapress | |
Lavoura de milho afetada pela geada no norte do Paraná
O motor do PIB (Produto Interno Bruto) nos anos recentes, a agropecuária, está desacelerando o ritmo.
O setor teve queda de 6% no terceiro trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo IBGE.
A desaceleração da agricultura foi maior do que a da média da economia, cuja retração ficou em 2,9% nesse mesmo período.
De janeiro a setembro deste ano, em relação a igual período do ano passado, a queda do PIB agropecuário foi de 6,9%.
Essa queda acumulada se deve à não concretização da safra agrícola esperada para este ano.
Na primeira estimativa da safra agrícola para 2015/16, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimava produção de grãos de até 213 milhões de toneladas. Os dados mais recentes indicam apenas 186 milhões.
Alguns desses produtos agrícolas têm peso no terceiro trimestre do ano, como o milho safrinha. A queda na produtividade, e consequente redução de volume, provocou essa redução de 6% no PIB do setor no período.
O milho é um exemplo. No final do ano passado, a Conab, assim como várias consultorias especializadas no setor, esperava uma produção de 55 milhões de toneladas de milho na safra de inverno, a chamada safrinha.
Os números divulgados no início de novembro já traziam essa produção para apenas 41 milhões de toneladas.
A produtividade de milho, prevista em 5.700 quilos por hectare para o período, ficou em 5.323, devido a problemas climáticos em diversas regiões produtoras.
O mesmo ocorreu com algodão, laranja e cana-de-açúcar, outras culturas importantes nesse período do ano.
A produção de algodão, estimada em 2,4 milhões de toneladas, ficou em 1,9 milhão. Já a de laranja recuou 5%.
A desaceleração na safra de cana é tanta que a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) está refazendo seus cálculos.
A entidade estima que as indústrias do setor não vão moer os 605 milhões de toneladas previstos inicialmente para esta safra. Pelo menos 165 usinas já interromperam os trabalhos de moagem, antecipando o final de safra.
Do açúcar à tecnologia A Usina Monte Alegre, com forte destaque na produção de açúcar até os anos 1980, em Piracicaba (SP), vai virar uma usina de tecnologia.
Inovação Uma das principais forças econômicas de Piracicaba na década de 1940, a Usina Monte Alegre passa a ser agora Usina de Inovação Monte Alegre. Com investimentos de R$ 75 milhões, esse espaço abrigará empresas voltadas para inovações no setor de agronegócio.
Mais uma Esse espaço multiuso –que se tornará a usina– aumenta ainda mais as características de pioneirismo de Piracicaba no agronegócio. A Usina de Inovação se soma a Esalq, CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Fatec e Dedini, fontes de desenvolvimento do agronegócio da região.
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
"Quebra de safra frustra resultado do PIB agropecuário no 3º trimestre", por Mauro Zafalon
Folha de São Paulo