quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Dólar fecha 2016 com queda de 17,7% no ano; real é a moeda que mais se fortalece


  - GARY CAMERON / Reuters
RENNAN SETTI JULIANA GARÇON - O Globo, COM AGÊNCIAS
Bolsa caminha para encerrar ano com alta de 38%

O dólar comercial encerrou a última sessão de negociação de 2016 acumulando queda de 17,72% contra o real no ano — começara 2016 valendo R$ 3,95 —, sua primeira desvalorização desde 2010. Na sessão desta quinta-feira, o dólar comercial acompanhou o mercado internacional e caiu 0,88% contra o real, valendo R$ 3,250 na venda. No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta nesta quinta-feira e caminha para fechar o ano com valorização de quase 38%. Será seu primeiro ganho anual desde 2012 (alta de 7,4%) e o maior desde 2009 (82,6%). Em capitalização de mercado, o valor das ações listadas na Bolsa brasileira aumentou R$ 459,4 bilhões este ano, para R$ 2,257 trilhões. Hoje, o índice de referência Ibovespa sobe 0,65%, aos 60.172 pontos.
— Toda essa valorização da Bolsa no ano, e também o comportamento do câmbio, foi principalmente derivado do fim do estresse político do impeachment. A Bolsa começou a andar mesmo antes do afastamento da ex-presidente Dilma e a tendência se acelerou assim que se viu que o governo iria mudar. A explicação é que o mercado entendeu que entraria um governo que teria o mínimo de preocupação de “arrumar a casa”, se preocupando com as contas públicas e com a inflação, embora existe muitíssima coisa a ser feita ainda — afirmou Rodrigo Puga, sócio-gestor do home broker Modalmais.

A transição política fez do mercado de capitais brasileiro o grande destaque no mundo em 2016, a despeito de uma economia que encerrará em recessão profunda pelo segundo ano consecutivo. A alta da Bolsa brasileira é de longe a maior entre os principais índices acionários do exterior — o segundo melhor colocado foi o S&P/TSX Composite, da Bolsa de Toronto, que acumula no ano alta de 18,3%. No câmbio, o real é a moeda que mais se valorizou frente ao dólar entre as 31 principais divisas do mundo, segundo números do sistema Blommberg.

No mercado internacional, o dólar tem hoje um dia de desvalorização, chegando ao menor patamar em duas semanas, após se aproximar do maior nível em 17 meses. O Dollar Index Spot, que compara a divisa com uma cesta de dez moedas internacionais, perde 0,49%, no primeiro recuo em quatro dias.

O petróleo também tem inicia os negócios em queda, a primeira em nove dias. Em Nova York, o barril do tipo WTI perde 0,48%, a US$ 53,80.

MERCADO DE AÇÕES

Na Bovespa, as ações da Petrobras ON (ordinárias, com direito a voto) caem 1,65%, a R$ 16,70 e as PN (preferenciais, sem voto) perdem 1,15%, a R$ 14,61. A empresa anunciou ontem a conclusão de uma série de vendas, totalizando US$ 13,6 bilhões. Assim, a companhia não atingiu a meta de seu programa de desinvestimento de U$ 15,1 bilhões. A justificativa foi o fato da decisão liminar da Justiça de Sergipe ter atrapalhado a negociação do campos que já estavam em fases avançadas de negociação.

A Vale, uma das que impulsionou o pregão de quarta-feira, cai 3,90% nas ON e 1,76% nas PNA, com o recuo de 0,31% do minério de ferro na China, após alta de 1,59% ontem.

No setor bancário, o mais importante do Ibovespa, o Banco do Brasil sobe 0,98%, o Bradesco avança 1,02% e Itaú sobe 0,66%.

Na Europa, as bolsas operam em queda, com exceção de Frankfurt, onde o Dax avança 0,22%. Em Londres, o FTSE 100 perde 0,06%. Em Paris, o CAC recua 0,14%. Em Madri, o Ibex 35 perde 0,35%.

ELETROBRAS VOLTA AO IBOVESPA

A terceira e última prévia para a carteira do Ibovespa para o período de janeiro a abril de 2017 confirmou a inclusão das ações ordinárias da Eletrobras, sem a saída de nenhum papel, segundo a BM&FBovespa. A inclusão havia sido antecipada na segunda prévia, divulgada em meados de dezembro, e trata-se do primeiro crescimento da carteira teórica do Ibovespa após nove quedas seguidas.

Com a entrada das ações da Eletrobras, a carteira do Ibovespa terá 59 ações ante 58 na carteira vigente, crescendo pela primeira vez desde o quadrimestre iniciado em janeiro de 2007, quando a carteira também era formada por 58 papéis.

As ações com maior peso na terceira prévia da carteira são as preferenciais do Itaú Unibanco, com 10,64%, seguidas por Bradesco PN (7,666%), Ambev ON (7,156%), Petrobras PN (6,012%) e Vale PNA (4,665%).

Na carteira teórica anunciada para o período vigente válida até este pregão, as cinco ações de maior peso são Itaú Unibanco PN (10,594%), Ambev ON (8,588%), Bradesco PN (7,955%), Petrobras PN (5,523%) e Petrobras ON (4,268%).

O peso das ações da Eletrobras nesta terceira prévia do Ibovespa para o período de janeiro a abril é de 0,598%.