Rafael Caldo - O Globo
Agentes que investigam a morte de Kyriakos Amiriadis confirmam que é dele o corpo carbonizado encontrado em veículo
A polícia pediu à Justiça, na manhã desta sexta-feira, a prisão de Françoise de Souza Oliveira, mulher do embaixador da Grécia no Brasil Kyriakos Amiridis, 59 anos. Agentes que investigam a morte do diplomata grego confirmam que o corpo carbonizado encontrado em um veículo nas proximidades do Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, é dele.
Investigadores pediram à Justiça a prisão de outras três pessoas que teriam planejado a execução do crime: o policial militar Sergio Gomes Moreira Filho e de dois cúmplices que não tiveram os nomes revelados. De acordo com a polícia, Françoise Amiridis e o PM seriam amantes.
Por volta das 10h desta sexta-feira, Françoise chegou à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para prestar depoimento. Familiares de Françoise chegaram à delegacia por volta das 12h30 e contaram que, há cerca de um mês, o PM Sergio Gomes intimidou a irmã da embaixatriz. Acompanhado por outro policial, o agente foi à porta da casa dela, em Nova Iguaçu, para defender o ex-marido dela numa disputa de afastamento de lar. Na época, a família tentou registrar a ocorrência na 52ªDP (Nova Iguaçu). A advogada de defesa de Sergio Gomes na ocasião seria a mesma que o defende agora. Segundo os familiares, quem pagou a profissional quando do ocorrido foi a própria Françoise.
Segundo a TV Globo, o presidente Michel Temer está enviando uma carta de condolências à família do embaixador e o Itamaraty está acompanhando de perto a investigação.
Amiridis foi morto em casa, em Nova Iguaçu, antes de ser levado para dentro do carro que ele havia alugado no dia 21. O veículo foi encontrado carbonizado nas proximidades do Arco Metropolitano. Agentes da DHBF encontraram, na última quinta-feira, um sofá com manchas de sangue na residência onde o diplomata estava com a mulher. Os investigadores já sabem que o corpo foi retirado da casa por volta das 3h da madrugada de quarta-feira.
O embaixador grego desaparecido desde a última segunda-feira. Na noite desta quinta-feira, um homem foi chamado para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso, de acordo com familiares que estavam no local. Segundo os parentes relataram na madrugada desta sexta-feira, ele seria um policial militar lotado em uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Ainda durante esta madrugada, os parentes e o advogado do PM deixaram a delegacia. O homem, que não teve a identificação revelada, ficou no local. Ainda não há detalhes sobre o envolvimento dele no caso. O advogado não quis falar com a imprensa.
Amiridis foi cônsul-geral da Grécia no Rio de 2001 a 2004 e assumiu o posto de embaixador da Grécia no Brasil em janeiro deste ano.