quinta-feira, 10 de julho de 2014

PR se irrita com o Dilma ´trambique` por demora em substituição no Dnit

- O Globo

Partido pediu troca na direção da autarquia, mas nome sugerido não foi empossado

 



Depois de conseguir a substituição do ministro dos Transportes em troca de apoio à campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PR está irritado com a demora na exoneração do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe, e com a perspectiva de não emplacar o superintendente de licitações da Valec, Handerson Cabral, em seu lugar.

Nesta semana, Fraxe tirou uma licença de saúde por dez dias e só deverá ser exonerado na volta. O Palácio do Planalto não tem pressa para nomear seu substituto, pois pretende manter como interino o atual diretor-executivo, Tarcísio Freitas. O PR, por sua vez, perdeu o poder de pressão, já que a chapa de Dilma foi registrada no sábado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a sigla integra a coligação.

— O PR dançou. A Dilma deu a volta no partido, e está todo mundo irritado — afirmou um integrante da legenda.

Auxiliares da presidente negam que a saída de Fraxe seja fruto de pressão do PR. Em nota divulgada na semana passada, o Ministério dos Transportes afirmou que o diretor-geral do Dnit se afastou "por razões estritamente pessoais".

O Dnit é a autarquia responsável pela maior parte do orçamento do Ministério dos Transportes e também do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo teme que uma troca ruidosa na direção do órgão prejudique os desembolsos do Dnit, que recentemente voltou a rondar R$ 1 bilhão por mês.

— Peguei uma licença médica porque tenho que fazer uns exames, mas já apresentei minha carta de demissão. Quando voltar, vou sair — disse Fraxe.

Ele assumiu o cargo após a "faxina ética" que Dilma fez em seu primeiro ano de governo, substituindo Luiz Antônio Pagot, da cota do PR, afastado em meio a um escândalo de corrupção. Junto com Pagot, caiu o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento que agora, na presidência do PR, comanda a pressão pela queda de Fraxe.