A presidente Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira que “fatos isolados” não afetarão a credibilidade da Petrobras. Sem se referir diretamente às denúncias de diversas irregularidades nas contratações da estatal, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, alvo de CPI no Congresso, Dilma defendeu a petroleira, no início e no fim de seu discurso na sede da Petrobras, no Rio.
— Não será um fato ou outro isolado que irá abalar a credibilidade da Petrobras — disse Dilma, na solenidade de comemoração pelos 500 mil barris de produção no pré-sal.
Ao final do discurso de defesa da Petrobras, a presidente declarou que a empresa não se tornará vulnerável:
— Enfraquecer a empresa, colocar a seriedade de seu corpo técnico em questão é algo que não vai adiantar. Não vai torná-la vulnerável, não vai torná-la menos capaz de explorar o potencial do pré-sal.
Segundo Dilma o recorde na produção no pré-sal e o contrato feito pelo governo com a Petrobras para exploração de petróleo nos campos excedentes da cessão onerosa, tornam irreversível o crescimento da companhia.
— A Petrobras tem um grande papel no novo ciclo de desenvolvimento do país e garante definitivamente que as riquezas do pré-sal vão se traduzir em patrimônio para o povo brasileiro — destacou Dilma.
— Quero deixar sublinhado que a Petrobras a partir de agora passa a ter acesso a um volume significativo de petróleo. A empresa que adquiriu (o direito) de explorar essas riquezas por lei tem condições excelentes para explorar esse conjunto de campos — destacou Dilma Rousseff.
A presidente se refere ao petróleo excedente nos campos da cessão onerosa que o governo contratou diretamente a estatal sem licitação.
Comemorando o recorde do pré-sal, superado no mês passado, Dilma afirmou que, em 2018, a camada será responsável por mais de 50% da produção de petróleo no país. As áreas de saúde e educação receberão R$ 1,3 trilhão nos próximos 35 anos com os royalties das áreas concedidas para a Petrobras no pré-sal.
LOBÃO: ‘NÃO ACEITAMOS CRÍTICA PELA CRÍTICA’
Também presente à cerimônia, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reclamou da onda de críticas ao governo no país. Segundo Lobão, se dizia que não haveria Copa do Mundo, que não haveria energia elétrica, e que haveria racionamento. O ministro lembrou também das críticas à contratação direta da Petrobras para as áreas excedentes dos campos da cessão onerosa.
— Nós confiamos na capacidade financeira sim, e na capacidade técnica da Petrobras. A Petrobras continuará a ser este monumento erguido para o povo brasileiro. Este é o Brasil que nós confiamos, que não aceita crítica pela crítica. Nós somos uma grande nação e venceremos — concluiu Lobão que participa da solenidade dos 500 mil barris por dia a produção de petróleo no pré-sal.
A Petrobras comemora ter atingido a produção recorde de 500 mil barris diários somente nos campos do pré-sal nas bacias de Santos e Campos. A produção atinge esta marca recorde apenas oito anos depois de ter sido anunciada a descoberta de reservas gigantescas de petróleo no pré-sal. A produção no pré-sal, que em abril foi de 412 mil barris diários, já havia atingido o pico de 470 mil barris em 11 de maio.
Em discurso na solenidade, a presidente da companhia, Graça Foster, voltou a garantir que não está prevista nova capitalização pelo menos até 2030. Em seu discurso Graça destacou a importância da incorporação nas reservas da companhia de mais um volume entre 10 bilhões a 15 bilhões de barris relativos aos excedentes de óleo na cessão onerosa. Com o aumento das reservas a Petrobras terá condições de manter uma produção média de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia de 2020 a 2030.
(Colaborou Juliana Castro)