Felipe Frazão - Veja
PSD confirma apoio à candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo e afirma que o candidato terá "liberdade total" para compor a chapa. Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, também descartou concorrer nestas eleições
Gilberto Kassab, presidente do PSD, faz selfie com Henrique Meirelles, Ricardo Patah e Alda Marco Antonio (Divulgação)
O presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, anunciou apoio formal ao candidato Paulo Skaf, do PMDB, ao governo de São Paulo nesta sexta-feira. Com a decisão, Kassab desistiu de concorrer a qualquer cargo eletivo. "Não serei candidato a nenhum cargo nas eleições neste ano. Meu nome não está à disposição", avisou o ex-prefeito de São Paulo. A decisão veio três dias antes apenas do prazo final imposto pela Justiça Eleitoral para a formação de alianças.
Kassab, que também negociou com o PSDB e com o PT, diz que o apoio é incondicional, sem compromisso de o PSD assumir a candidatura à vice, hoje com o PDT, nem ao Senado, atualmente vaga. "Demos total liberdade para que Skaf componha a chapa com companheiros de qualquer partido da aliança", afirmou. Os partidos farão coligação proporcional nas chapas para deputado estadual e federal.
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O acerto com Skaf foi decidido nesta sexta-feira durante um café da manhã em que estiveram presentes dirigentes do PSD, como o ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, o ex-governador Cláudio Lembo e os deputados federais Eleuses Paiva e Guilherme Campos.
Os apelos do PT para que Kassab não apoiasse a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) surtiram efeito. Para o ex-prefeito, contribuiu para a decisão do PSD que Skaf seja um candidato da base da presidente Dilma Rousseff. "Tínhamos como prioridade a candidatura própria, que representaria a terceira via aqui no Estado, um projeto novo. Mas esse projeto novo acabou sendo ocupado pelo Paulo Skaf. Ele começou a campanha mais cedo e simboliza a renovação por estar fora da vida pública. Talvez os paulistas estejam querendo algo efetivamente novo. O partido, que é novo, entendeu que essa aliança representará melhor nossos projetos para o Estado."
Kassab desembarcou da candidatura de Alckmin – que os tucanos davam como certa – apenas dois dias antes do prazo final imposto pela Justiça Eleitoral para a formação de alianças, marcado para o dia 30. "A candidatura à Presidência que o PSD defende é a mesma que o PMDB defende", afirmou.
O PMDB já havia escolhido o advogado José Roberto Batochio, do PDT, para vice de Skaf e guardava a vaga do Senado para a composição da aliança. Kassab negou que o PSD tenha cobrado espaço na chapa. Entre os nomes do partido que podem ocupar o espaço estão a ex-vice-prefeita Alda Marco Antonio, que já foi do PMDB, e o sindicalista Ricardo Patah. O peemedebista refutou a hipótese de a chapa ser modificada com a entrada do PSD. O Pros também faz parte da aliança. "O Batochio é o vice e isso não muda em hipótese nenhuma. O PDT já estava coligado conosco."
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles comunicou a Kassab também nesta sexta que não deseja mais se candidatar nestas eleições. "Agradeço o voto de confiança do PSD e tomei a iniciativa, espontaneamente, de formalizar um convite ao Henrique Meirelles para concorrer ao Senado", afirmou Skaf. Sobre Meirelles já ter dito ao PSD que não concorreria mais a cargo eletivo esse ano, Skaf disse: "Fiz o convite e vamos aguardar. Tenho um relacionamento muito bom com ele. Estou esperançoso. Cada momento e um momento".