O Brasil recebeu, no ano passado, US$ 64 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), assumindo a 5.ª posição mundial no ranking dos países-destino do movimento internacional de capitais. O total do fluxo mundial de capitais no ano passado foi de US$ 1,45 trilhão, com aumento de 9,1% em relação ao ano anterior, quando, na verdade, o fluxo de capitais tinha se reduzido 22%. Apesar desse aumento, no caso do Brasil o fluxo foi 1,9% menor.
As informações são da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e dão conta de que os países em desenvolvimento em geral tiveram menos ingressos de capital do que as economias mais maduras.
Isso parece resultado da melhoria de perspectivas para as economias desenvolvidas que se observou ao longo do ano passado e que fazia prever que os capitais internacionais, depois de um período de relativa fuga dos problemas enfrentados pelos países mais desenvolvidos, voltariam a buscar ancoragem naquelas economias.
A recuperação do ritmo de difusão dos investimentos internacionais diretos tem sido relativamente lenta depois da queda abrupta de 22% no fluxo de capitais, ocorrida em 2012. Até agora não houve uma compensação integral das perdas então sofridas: "A fragilidade em alguns mercados e os riscos relacionados com a incerteza política e instabilidades regionais podem ter atrapalhado a esperada recuperação dos IEDs", aponta a Unctad ao comentar o desempenho dos fluxos para países em desenvolvimento.
Na verdade, todos os países em desenvolvimento receberam mais capitais em 2013 do que em 2012. O Brasil foi o único onde houve queda de investimentos, o que levou o País a cair da 4.ª para a 5.ª posição no ranking internacional dos destinos dos capitais.
Os EUA foram o país que obtiveram a maior quantidade de IEDs, com US$ 187,5 bilhões e aumento de 16,8% no fluxo. Para a União Europeia a alta foi de 14%, para US$ 246,2 bilhões. E a Alemanha viu o seu IED aumentar 102,4%, recebendo US$ 26,7 bilhões. Parece que a austeridade, pregada e praticada pela Alemanha, num clima internacional de instabilidade, é fator decisivo na alocação mundial de capitais.
Entre os Brics, a África do Sul foi o país que se beneficiou do maior aumento no fluxo de capitais: 79,6%, embora em termos absolutos tenha recebido apenas US$ 8,2 bilhões, por ser a menor economia.