segunda-feira, 30 de junho de 2014

Por unidade, PSDB confirma Aloysio Nunes como vice de Aécio


Serrista, senador foi um dos primeiros aliados do ex-governador de São Paulo a apoiar o nome de Aécio para a Presidência da República

Gabriel Castro e Laryssa Borges, Veja
Aécio e Aloysio Nunes durante evento que oficializou o nome do senador paulista na chapa que concorre ao Planalto
Aécio e Aloysio Nunes durante evento que oficializou o nome do senador paulista na chapa que concorre ao Planalto(Orlando Brito)
O PSDB confirmou nesta segunda-feira o nome do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como vice na chapa de Aécio Neves na corrida pelo Palácio do Planalto. A decisão foi comunicada pelo próprio candidato tucano à Presidência, após uma reunião da cúpula do PSDB, em Brasília: "Não é apenas um homem para ser vice-presidente da República, é um homem que, em qualquer eventualidade, está preparado para assumir a Presidência do Brasil", afirmou o senador mineiro sobre o companheiro de chapa. O prazo para a escolha se encerrava nesta segunda-feira. A reunião também confirmou a aliança dos tucanos com outros sete partidos: DEM, PTB, SD, PTC, PTN, PMN e PTdoB.
Serrista, Aloysio tem 69 anos e foi um dos primeiros aliados do ex-governador de São Paulo a apoiar o nome de Aécio para a Presidência da República. A escolha de seu nome como vice é interpretada como uma tentativa de consolidar a união do PSDB e, segundo interlocutores, atende à ala paulista do partido, que pressionava por uma chapa “puro sangue”. "É uma homenagem à coerência, matéria-prima essencial à vida pública e que, lamentavelmente, está em falta no Brasil A trajetória exemplar de Aloysio durante toda a sua vida, sempre na defesa da democracia, da liberdade, da ética na vida pública faz com que, a partir de agora, nossa caminhada se fortaleça enormemente," afirmou Aécio Neves.
Ex-secretário da Casa Civil de São Paulo, o senador tem ainda boa interlocução com prefeitos do interior do Estado. A escolha de Aloysio é também uma tentativa de Aécio se firmar na região Sudeste. A última pesquisa Ibope aponta vantagem confortável para Dilma em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Aloysio Nunes Ferreira foi eleito senador em 2010 com mais de 11 milhões de votos - e é esse capital político que a campanha de Aécio pretende utilizar nas eleições de outubro. Naquele ano, Orestes Quércia (PMDB) era o candidato mais forte da coligação tucana, mas se afastou para tratamento médico e pediu votos para Aloysio, que subiu nas pesquisas e acabou se elegendo em primeiro lugar.
Apesar de a lista de potenciais vices do tucano já ter incluído opções como a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, a deputada Mara Gabrilli e o próprio José Serra, nos últimos meses as negociações tinham se resumido a dois nomes: o de Aloysio e o do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati. Com o rearranjo político, Tasso foi confirmado como candidato ao Senado pelo Ceará, em composição com o peemedebista Eunício Oliveira. O senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM, será o coordenador-geral da campanha. Ele também chegou a ser cotado como um possível vice de Aécio, mas concordou com a indicação de Aloysio. 
O senador tucano foi filiado ao PMDB e se elegeu duas vezes deputado estadual e outras duas deputado federal pela sigla. Em 1999, já no PSDB, conquistou por outros dois mandatos assento na Câmara em Brasília. Ele foi vice-governador de São Paulo, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso e chefe da Casa Civil na gestão de José Serra.
Temperamento - O vice de Aécio se disse "emocionado" com a escolha e afirmou que não mudou de lado desde os 18 anos de idade, quando ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. "Basicamente as minhas convicções são as mesmas em torno da democracia, liberdade, pluralismo e a luta peal igualdade", disse o senador.
Aloysio também teve de responder sobre seu comportamento pouco tolerante a provocações. No atual mandato, ele já perdeu a paciência com militantes ambientalistas ("Vocês nunca viram uma galinha na vida, seus m...!", disse, em uma comissão do Senado) e proferiu xingamentos quando interpelado por um agitador petista. "Infelizmente, ainda não há transplante de alma. Se tivesse eu transplantava a alma do Dalai Lama na minha", brincou.