domingo, 29 de junho de 2014

Eliminação do excelente time do México é compensada pela manutenção do melhor craque até agora: o holandês Robben

Blog Ricardo Setti - Veja


Robben em permanente duelo com o capitão mexicano Rafa Márquez: no final, pênalti do zagueiro decretou o fim da Copa para a excelente seleção azteca (Foto: Wong Maye-E/AP)
Robben em permanente duelo com o capitão mexicano Rafa Márquez: no final, pênalti do zagueiro sobre “o Cara” deste Mundial decretou o fim da Copa para a excelente seleção azteca (Foto: Wong Maye-E/AP)
O México apresentou, na Copa do Mundo do Brasil, provavelmente sua melhor seleção em Mundiais — um time sem complexos, sem medo, que se defendia bem, tocava bem a bola e atacava com perigo.
Sua eliminação nos segundos finais dos decontos da partida de hoje, contra a Holanda, é uma tristeza para quem acompanha, mesmo de longe, a boa e constante evolução do futebol mexicano e de sua seleção.
Ainda mais por ter sido consequência de um pênalti cometido por um grande nome, o zagueiro e capitão Rafa Márquez que, embora aos 35 anos não seja mais o mesmo que reinou absoluto na zaga do F. C. Barcelona por sete anos, merece respeito por sua qualidade de jogo, por sua lealdade ao longo da carreira e pelos 124 jogos com a camisa do México.
Para quem do México e dos mexicanos, mas também gosta de futebol, porém, ver continuar a Holanda três vezes vice-campeã do mundo não é má notícia, pelo contrário. Sobretudo porque o espetacular atacante Arjen Robben seguirá enchendo os olhos da torcida e dos telespectadores por pelo menos mais uma partida — pelas quartas de final, em Salvador, no sábado, contra Grécia ou Costa Rica (saberemos qual dos dois agora, às 17 horas).
Continuam na Copa o grande Messi, continua Neymar, já se foram, entre outros, Cristiano Ronaldo — mas “o Cara” deste Mundial, até agora, é Robben. Inteligente, veloz, driblador, com chute potente, visão de jogo e força física para suportar a pancadaria que recebe, o careca de 1,80 metro e 30 anos artilheiro do Bayern de Munique foi o craque que mais brilhou até agora.
Robben ressuscitou no Bayern de Munique após um período difícil no Real Madrid entre 2007 e 2009. Contratado ao Chelsea como estrela por 40 milhões de euros (mais de 120 milhões de reais), até hoje não se sabe o que ocorreu com Robben no maior time do século XX, segundo a FIFA: começou bem, mas aos poucos foi sendo substituído, ficando no banco de reservas, contundia-se com uma frequência espantosa e ganhou fama de pipoqueiro.
No Bayern, tornouse jogador vital para a montanha de títulos arrecadados pelo clube desde que chegou: duas Champions League (o maior torneio de clubes do planeta), uma Supercopa da UEFA, três campeonatos na Bundesliga, três Copas da Alemanha, duas Supercopas da Alemanha…
É ídolo absoluto da torcida alemã — e da holandesa, claro — e um sujeito realizado: casado com a namorada dos tempos de colégio, Bernardien, pai de dois garotos e uma menina, Robben amealhou uma fortuna de quase 200 milhões de dólares e, fora do futebol, é um empresário de sucesso.
Seus interesses incluem, como sempre ocorre com craques, publicidade, e vão além das diversas linhas de produtos a que empresta seu nome — como o perfume With Love from Arjen ou o vodca Pure Wonderobben –, incluindo a propriedade de uma rede de lanchonetes em Amsterdã, a Fat Robben Burger.
Sossegado quanto ao futuro pós-futebol, Robben se dá ao luxo de jogá-lo também por prazer, como já disse em várias entrevistas.
É o que se tem visto, em campo, nesta Copa.