Governo lança Matriz da Rio-2016, mas não sabe preço de metade das obras
Vinícius Konchinski
Do UOL
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Essas são apenas as obras essenciais para a realização da Olimpíada, que não seriam feitas caso a cidade não fosse receber os Jogos: parque aquático, estádio e vila olímpica e o Complexo Deodoro (onde serão disputadas 11 modalidades olímpicas), dentre outras. O novo velódromo (o antigo, construído para o Pan-2007, não possui padrões olímpicos e será demolido) também está na relação.
Na semana passada, Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 apresentou o orçamento privado da Olimpíada do Rio. O órgão, que será o responsável pela operação dos Jogos (alimentação de atletas, equipamentos esportivos, etc), vai gastar R$ 7 bilhões com o evento (em valores atuais) do próprio bolso. Isso é 25% a mais do que o informado no dossiê de candidatura do Rio a sede dos Jogos Olímpicos.
Engana-se, porém, quem acredita que o fato de o Comitê dispensar a ajuda governamental significa que a Olimpíada de 2016 sairá mais barata aos cofres públicos. Na verdade, o comitê transferiu parte de suas responsabilidades a Prefeitura do Rio, governo do Estado e governo federal. Agora, serão eles quem vão providenciar parte do que, inicialmente, seria providenciado pelo comitê.
No dossiê de candidatura do Rio a sede dos Jogos de 2016, foi informado que o evento custaria cerca de R$ 28 bilhões. Disso, aproximadamente R$ 24 bilhões seriam custeados com recursos públicos.
Desde pelo menos o começo de 2013 que o governo federal promete a divulgação da Matriz Olímpica. No segundo semestre, o TCU (Tribunal de Contas da União) começou a emitir pareceres e decisões recomendando a formulação do documento o quanto antes, até que no fim do ano deu um ultimato para que o documento fosse apresentado até o final de janeiro.
Em outubro, o general paraquedista Fernando Azevedo e Silva assumiu a APO (Autoridade Pública Olímpica) com a missão de preparar a Matriz e impor ritmo e organização na preparação as as olimpíadas.
O cargo estava vago havia cerca de dois meses, quando então presidente, Márcio Fortes, se demitiu. Apesar de não dar declarações públicas sobre o assunto, Fortes estava insatisfeito com o esvaziamento da APO e a resistência encontrada no cumprimento dos prazos. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, chegou a declarar que a APO não servia para nada no início deste ano.
(Colaborou Aiuri Rebello, do UOL em Brasília).