quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Dólar abre em alta e vai a R$ 2,44 com investidores à espera da decisão do Fed

Dólar abre em alta e vai a R$ 2,44 com investidores à espera da decisão do Fed

  • Expectativa é que banco central americano corte em mais US$ 10 bilhões os estímulos à economia dos EUA
  • Mercado também repercute aumento de juros de 7,75% para 12% ao ano na Turquia
O Globo
 
Com os investidores na expectativa de um novo corte de estímulos à economia americana, que deve ser decidido hoje pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA), o dólar comercial iniciou o dia em alta e renovou a máxima de ontem. Às 11h09m, a moeda americana subia 0,49%, sendo negociada a R$ 2,437 na compra e R$ 2,439 na venda. Na máxima, o dólar foi negociado a R$ 2,448, a maior cotação desde o dia 21 de agosto do ano passado, quando a divisa fechou a R$ 2,451 e um dia antes de o Banco Central brasileiro anunciar seu programa de ‘ração diária’ de dólares ao mercado. Na mínima, a divisa atingiu o patamar de R$ 2,428.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, o principal índice (Ibovespa) abriu o pregão em queda e às 11h09m se desvalorizava 0,57% aos 47.569 pontos, também com os investidores cautelosos à espera da decisão do Fed. As ações preferenciais da Vale classe A sobem 0,13% a R4 28,93, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras se desvalorizam 0,26% a R$ 15,02.

O mercado também repercute a ação do banco central da Turquia, que elevou a taxa de juro de 7,75% para 12% ao ano numa tentativa de evitar fuga de investidores e estancar a desvalorização de sua moeda, a lira turca, que no ano passado perdeu mais de 21% do valor em relação ao dólar. A Índia também subiu em 0,25 ponto percentual a taxa de juro - para 8% - com o mesmo objetivo. No início de janeiro, o BC brasileiro elevou a taxa básica de juro (Selic) de 10% para 10,5% também como resposta à alta da inflação.
- O Banco Central turco elevou a taxa básica de 7,75% para 12%, confirmando a resposta rápida dos emergentes para enfrentar o estresse cambial, assim como fez a Índia, tentando suavizar o impacto de um novo corte nos estímulos esperado para hoje por parte do Fed - diz Guilherme Franco, operador de câmbio da corretora Correparti.

Em relatório, analistas da BlackRock, uma das maiores gestoras de recursos do mundo, disseram que a decisão pode ajudar a restaurar a confiança dos investidores. Mesmo assim, o foco do mercado hoje é a reunião do Federal Reserve e as prinicpais Bolsas europeis estão em queda.

As moedas de países emergentes vêm sofrendo uma forte desvalorização desde que o Fed sinalizou a retirada dos estímulos, em maio do ano passado. Em dezembro, o banco central americano anunciou um corte de US$ 10 bilhões na compras mensais de US$ 85 bilhões em títulos e hoje deve dar continuidade a esse movimento.

Além da redução dos estímulos promovida pelo Fed, o baixo crescimento de suas economias, a inflação em alta e problemas fiscais tiraram dos países emergentes a confiança dos investidores internacionais, que estão levando seus recursos para países como os Estados Unidos e Europa.

No Brasil, o BC deu sequência ao seu leilão diário de contratos de swap cambial tradicional, oferecendo hedge (proteção contras as oscilações do cãmbio) no mercado futuro. Foram ofertados 4 mil novos contratos o equivalente a US$ 197,4 milhões.