A batalha pelo eleitor do Nordeste
Marcelo de Moraes - O Estado de São Paulo
Em 2010, quando se elegeu presidente, Dilma Rousseff foi a preferida dos eleitores em todos os Estados da Região Nordeste. Mantendo o excepcional desempenho obtido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista teve no eleitorado nordestino um fator decisivo para que chegasse ao Palácio do Planalto.
Na campanha pela reeleição, o desafio de Dilma e seus aliados será repetir esse desempenho.
O problema é que o PT agora acumula desgaste na região e precisará, também, enfrentar a candidatura nordestina do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Com sua entrada na disputa, Dilma vê, de cara, seus votos encolherem justamente no segundo maior colégio eleitoral da região.
Não é pouca coisa. No primeiro turno de 2010, Dilma recebeu 2,7 milhões dos eleitores pernambucanos, cerca de 61,7% dos votos válidos no Estado. Seus aliados dão como certa a redução desses votos, justamente pela entrada de Campos na disputa. A questão é como compensá-los.
Nesta segunda-feira, Lula se encontrou em São Paulo com o deputado federal José Guimarães (PT-CE) na sede do Instituto Lula. Guimarães que é vice-presidente nacional do PT e irmão do ex-deputado José Genoíno, participa da coordenação da campanha petista no Nordeste. Na reunião, conversou com Lula justamente sobre os cenários eleitorais na região, especialmente no Ceará, seu Estado.
O palanque de Dilma no Ceará corre o risco também de ser dividido. Dilma e Lula não hesitam em apontar o grupo do governador Cid Gomes (PROS) como aliado prioritário local. Afinal, Cid e sua turma deixaram o barco de Eduardo Campos no PSB para continuarem alinhados ao governo federal. Por isso, Cid terá a preferência para indicar quem quiser ao governo e ele, certamente, escolherá um candidato de seu partido.
O PT cearense quer apoiar o nome que o governador indicar e deve ficar com a vaga na aliança para o Senado. Possivelmente, o próprio Guimarães será o candidato.
O nó difícil de desatar está no PMDB. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) quer ser candidato ao governo, projeto que se choca com o do PROS. Na conversa com Guimarães, Lula defendeu que a aliança contemple também o PMDB local, mas deixou claro que não vai interferir na decisão final.
Dividir os aliados no Ceará aumentaria o problema para manter a hegemonia petista no Nordeste. Terceiro maior colégio eleitoral da região, o Estado garantiu outros 2,7 milhões de votos para Dilma em 2010, o equivalente a 66,3% dos votos válidos.
O maior contingente de votos no Nordeste está na Bahia, com mais de 10 milhões de eleitores. Mais de 4 milhões de baianos votaram em Dilma em 2010. Só que agora o governador Jaques Wagner (PT) não pode mais se candidatar à reeleição, enfrenta um desgaste natural pelos dois mandatos seguidos e a capital Salvador passou a ser administrada por Antonio Carlos Magalhães Neto, do DEM, um nome da oposição.
Por conta disso, Lula já terá uma agenda em março pela região e a própria Dilma deve intensificar sua presença nos Estados locais.
Na campanha pela reeleição, o desafio de Dilma e seus aliados será repetir esse desempenho.
O problema é que o PT agora acumula desgaste na região e precisará, também, enfrentar a candidatura nordestina do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Com sua entrada na disputa, Dilma vê, de cara, seus votos encolherem justamente no segundo maior colégio eleitoral da região.
Não é pouca coisa. No primeiro turno de 2010, Dilma recebeu 2,7 milhões dos eleitores pernambucanos, cerca de 61,7% dos votos válidos no Estado. Seus aliados dão como certa a redução desses votos, justamente pela entrada de Campos na disputa. A questão é como compensá-los.
Nesta segunda-feira, Lula se encontrou em São Paulo com o deputado federal José Guimarães (PT-CE) na sede do Instituto Lula. Guimarães que é vice-presidente nacional do PT e irmão do ex-deputado José Genoíno, participa da coordenação da campanha petista no Nordeste. Na reunião, conversou com Lula justamente sobre os cenários eleitorais na região, especialmente no Ceará, seu Estado.
O palanque de Dilma no Ceará corre o risco também de ser dividido. Dilma e Lula não hesitam em apontar o grupo do governador Cid Gomes (PROS) como aliado prioritário local. Afinal, Cid e sua turma deixaram o barco de Eduardo Campos no PSB para continuarem alinhados ao governo federal. Por isso, Cid terá a preferência para indicar quem quiser ao governo e ele, certamente, escolherá um candidato de seu partido.
O PT cearense quer apoiar o nome que o governador indicar e deve ficar com a vaga na aliança para o Senado. Possivelmente, o próprio Guimarães será o candidato.
O nó difícil de desatar está no PMDB. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) quer ser candidato ao governo, projeto que se choca com o do PROS. Na conversa com Guimarães, Lula defendeu que a aliança contemple também o PMDB local, mas deixou claro que não vai interferir na decisão final.
Dividir os aliados no Ceará aumentaria o problema para manter a hegemonia petista no Nordeste. Terceiro maior colégio eleitoral da região, o Estado garantiu outros 2,7 milhões de votos para Dilma em 2010, o equivalente a 66,3% dos votos válidos.
O maior contingente de votos no Nordeste está na Bahia, com mais de 10 milhões de eleitores. Mais de 4 milhões de baianos votaram em Dilma em 2010. Só que agora o governador Jaques Wagner (PT) não pode mais se candidatar à reeleição, enfrenta um desgaste natural pelos dois mandatos seguidos e a capital Salvador passou a ser administrada por Antonio Carlos Magalhães Neto, do DEM, um nome da oposição.
Por conta disso, Lula já terá uma agenda em março pela região e a própria Dilma deve intensificar sua presença nos Estados locais.