Antes da reunião, o próprio havia dito que o governo enviaria pelo menos duas reformas da Previdência: uma para revisar o sistema atual e outra para criar um novo regime, voltado para as gerações futuras.
— Vamos ver cada passo que vamos ter que dar com a reforma para consertar o presente e com a nova, que vamos apresentar, para ter um bom futuro para todo mundo — disse Onyx
O desenho da reforma será discutido com Bolsonaro na próxima semana. A proposta será enviada ao Congresso em fevereiro, quando os novos parlamentares tomarem posse. Guedes disse que a reforma em discussão será para “salvar” as futuras gerações e a Previdência atual.
— Estamos discutindo tudo, fazendo as simulações. Esse sistema antigo, dessa forma como está, está condenado. Nós estamos tentando salvar as futuras gerações. É um movimento duplo. Primeiro você tem que salvar a Previdência que está aí. Mas para as futuras gerações queremos criar um novo regime previdenciário e trabalhista — disse o ministro.
Guedes disse que a regra de transição ainda está em estudo, mas ela terá a “mesma profundidade” da reforma proposta pelo governo Michel Temer, que prevê uma transição de 20 anos.
— A regra de transição, estamos simulando. A proposta que existia antes tinha uma regra de transição de 20 anos. Nós estamos fazendo algo da mesma profundidade. Embora eu ache que o sistema de capitalização que estamos desenhando é mais robusto. É mais difícil, o custo de transição é alto, mas estamos trabalhando para as futuras gerações.
O ministro da Casa Civil afirmou que a proposta em elaboração fará com que o Brasil só volte a falar de Previdência daqui 20 anos.
— Nós queremos que a sociedade brasileira só volte a falar de reforma da previdencia daqui 20 ou 30 anos. É um olhar de longo prazo, fraterno e humano que vamos trazer na proposta — disse Onyx.
Manoel Ventura e Marcello Corrêa, O Globo