A Petrobras reportou lucro líquido de R$ 6,644 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 2.397% ante o lucro de R$ 266 milhões no mesmo período de 2017, mas baixa de 34% ante o ganho de R$ 10,072 bilhões nos três meses imediatamente anteriores, conforme os números atribuíveis aos acionistas.
De acordo com a petroleira, o resultado foi afetado pelos acordos firmados, em setembro, com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e com a Securities and Exchange Commission (SEC) para encerramento das investigações das autoridades norte-americanas, no valor de R$ 3,5 bilhões. "Excluindo-se esses acordos, bem como os efeitos do acordo da Class Action, o lucro líquido seria de R$ 10,269 bilhões no trimestre e R$ 28,012 bilhões no acumulado do ano".
Ainda assim, a Petrobrás apresentou lucro líquido de R$ 23,677 bilhões nos primeiros noves meses de 2018, "o melhor resultado desde 2011" e um crescimento de 371% comparado a igual intervalo do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da petroleira foi de R$ 29,856 bilhões, alta de 55,3% em relação ao mesmo intervalo de 2017, de R$ 19,223 bilhões, e leve recuo de 1% ante o segundo trimestre deste ano, de R$ 30,067 bilhões. De janeiro a setembro, o Ebitda totalizou R$ 85,691 bilhões, avanço de 35% ante o mesmo período de 2017.
A margem Ebitda ajustada ficou em 30%, ante 27% no terceiro trimestre de 2017 e 36% nos três meses imediatamente anteriores.
A receita líquida somou R$ 98,260 bilhões no período, o que significa um incremento de 36,81% na comparação anual, de R$ 71,822 bilhões, e de 16% na trimestral, de R$ 84,395 bilhões.
O resultado financeiro líquido da estatal ficou negativo em R$ 5,841 bilhões no trimestre encerrado em setembro, 21% menor que a cifra negativa em R$ 7,411 bilhões de igual trimestre de 2017 e acima das despesas financeiras líquidas de R$ 2,647 bilhões no segundo trimestre de 2018.
Lucro vem 37% abaixo das expectativas
O lucro líquido de R$ 6,644 bilhões registrado pela Petrobrás no terceiro trimestre deste ano ficou 37,26% abaixo das expectativas de analistas. As projeções indicaram lucro líquido de R$ 10,590 bilhões, conforme a expectativa de analistas de cinco casas consultadas pelo Prévias Broadcast (Santander, Morgan Stanley, Guide, XP e Itaú BBA).
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 29,856 bilhões reportado no trimestre encerrado em setembro também ficou abaixo da média das estimativas dos analistas, de R$ 35,761 bilhões, uma variação de 16,5%.
No caso da receita líquida, a petroleira anunciou R$ 98,260 bilhões no período, montante dentro da projeção de R$ 93,757 bilhões esperada.
O Broadcast considera que o resultado reportado pela companhia está em linha com as projeções quando a diferença entre os números é de até 5% para cima ou para baixo.
BR Distribuidora tem lucro acima das projeções
A Petrobras Distribuidora (BR) encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido 173,6% maior do que no mesmo período do ano anterior, para R$ 1,078 bilhão.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado apresentou queda de 40,2% na mesma comparação, chegando a R$ 631 milhões. A margem Ebitda ajustado também ficou menor, passando a 2,4% de 4,8% no terceiro trimestre de 2017. O ajuste inclui amortização das bonificações antecipadas a clientes e perdas e provisões com processos judiciais e gastos com anistias fiscais, entre outros.
No comparativo com o segundo trimestre, o Ebitda ajustado apresenta um aumento de 24,2%, "demonstrando a recuperação após a greve de maio", diz a mensagem da administração que acompanha os dados, citando a greve dos caminhoneiros. O impacto com a perda de estoque de diesel foi de R$ 200 milhões no segundo trimestre e de cerca de R$ 38 milhões no terceiro.
O lucro líquido da BR Distribuidora veio 44% acima do projetado por analistas consultados pelo Prévias Broadcast. O resultado do terceiro trimestre foi de R$ 1,078 bilhão ante os R$ 749,5 milhões na média das projeções de Santander, Morgan Stanley, Itaú BBA e BTG Pactual.
Porém, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado, de R$ 631 milhões, ficou 19% abaixo do previsto, de R$ 779,25 milhões.
Além da greve dos caminhoneiros e seus efeitos na distribuição de combustíveis, os analistas citaram que o impacto seria minimizado por eventos não recorrentes, como a quitação de parte dos débitos da Eletrobras e a liquidação extrajudicial de R$ 635 milhões da dívida tributária com o Estado de Mato Grosso.
A receita prevista era de R$ 27,010 bilhões, em linha com os R$ 26,455 bilhões reportados no terceiro trimestre.
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
Márcio Rodrigues, O Estado de S.Paulo