Fernando Lavieri, IstoE
Um País estagnado é o titulo escolhido pela organização internacional Oxfam para o relatório que evidencia que a roda de redução da desigualdade no Brasil emperrou. O relatório, produzido e divulgado pela organização, detalha que a pobreza voltou com força total e que a desigualdade de renda entre homens e mulheres e entre negros e brancos, que vinham sendo constatadas, aumentou. Os anos de 2016 e 2017, que ainda abarca o fim da era petista, foi analisado e pela primeira vez em 15 anos, os 40% mais pobres tiveram uma variação de renda pior que a média nacional. No ano passado, havia cerca de 15 milhões de brasileiros na extrema pobreza, o equivalente a 7,2% da população, segundo o critério estabelecido pelo Banco Mundial (renda per capita inferior a US$ 1,90 por dia). O número é 11% superior ao de 2016, quando havia 13,3 milhões de miseráveis, o que corresponde a 6,5% da população.
No caso da população negra, o rendimento médio está parado há sete anos. Em 2016, essa população ganhava o equivalente a 57% da remuneração das pessoas brancas. Já em 2017, a proporção caiu para 53%. Na vida real, quer dizer que os negros passaram a receber, em média, R$ 1.545,00, enquanto os brancos ganham R$ 2.924,00. A Oxfam aponta, entre as causas da regressão social, a crise econômica, fiscal e política iniciada no fim de 2014, por Dilma Rousseff, que fez a renda cair e o desemprego subir. Ainda em 2016, o espaço dos gastos sociais no orçamento federal retornou aos mesmos níveis de 2001, segundo cálculos feitos pela Oxfam. Nesse caso, um retrocesso de 17 anos, na priorização dos investimentos sociais contra as desigualdades em voga no Brasil. Desde 1990, o Brasil não registrava alta na mortalidade infantil, que subiu de 13,3, em 2015, para 14 mortes por mil habitantes, 4,9% a mais que o ano anterior. Como se vê, a herança maldita do PT ainda causa muitos estragos.