— Se acontecer um “acidente” de (o réu) ser punido, é indultado. Estamos dando incentivos errados para pessoas erradas — disse Barroso.
Antes da declaração, o ministro estava criticando a demora no andamento de processos penais e havia citado exemplos de casos de corrupção, como propinas distribuídas em “palácios de governos estatuais” e investimentos feitos por fundos de pensão sem base técnica, apenas com critérios políticos. Barroso não se referiu a nenhum caso específico e preferiu não dar entrevistas ao fim do evento.
Também durante a palestra, ele ironizou o projeto conhecido como Escola sem Partido, uma das bandeiras do presidente eleito, Jair Bolsonaro, na área da educação. O ministro é relator de uma ação que pede a inconstitucionalidade de uma lei que tentou instituir uma proposta semelhante em Alagoas — ele concedeu uma liminar vetando a implementação, mas o caso ainda não foi analisado pelo colegiado.
— Se alguém achar que o problema da educação no Brasil é identidade de gênero, Escola sem Partido ou saber se 1964 foi golpe ou revolução, está assustado com a assombração errada — disse Barroso.
Marco Grillo, O Globo