sexta-feira, 30 de novembro de 2018

CCR diz ter doado R$ 3 milhões em caixa 2 para campanha de Gleisi 'amante do Petrolão' Hoffmann em 2010

A senadora Gleisi Hoffmann, em visita ao acampamento de militantes petistas em Curitiba Foto: Geraldo Bubniak / AGB / 10-4-18
Quadrilheira de Lula... Foto: Geraldo Bubniak / AGB / 10-4-18

A concessionária CCR afirmou ter feito doação de R$ 3 milhões, por meio de caixa 2, à campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010. Gleisi é hoje presidente do PT. A doação teria sido pedida por Paulo Bernardo , marido da senadora, que na época era ministro do Planejamento. O valor teria sido pago por meio de um dos assessores de Paulo Bernardo.


A informação fez parte do acordo de leniência fechado pela empresa com o Ministério Público de São Paulo. Responsável pela concessão de rodovias como Presidente Dutra e Bandeirantes, a empresa admitiu pagamento de R$ 30 milhões para campanhas no estado de São Paulo, mas não pagamento de propina. Entre os nomes envolvidos ainda os de dois ex-governadores, Geraldo Alckmin e José Serra, e deputados.
O ex-governador Geraldo Alckmin lidera a lista de doações de caixa 2 apresentada pela CCR, com valor de R$ 4,5 milhões. O ex-governador José Serra aparece como beneficiário de R$ 3 milhões, mesma quantia de Gleisi Hoffmann.
Além deles, foram citados Gilberto Kassab (PSD), com doação de R$ 2,8 milhões; Aloizio Mercadante (PT), com R$ 1,7 milhões; Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com R$ 1 milhão; Campos Machado (PTB), com R$ 1 milhão; Edson Aparecido (PSDB), com R$ 340 mil; Antonio Mentor (PT), com R$ 150 mil; e a ex-senadora Marta Suplicy, com R$ 1 milhão.
Alckmin afirmou por meio de seus advogados que jamais recebeu recursos da CCR, a qualquer título, e que o financiamento de suas campanhas eleitorais sempre foi realizado na forma da lei e sob fiscalização da Justiça Eleitoral.
Por meio da assessoria, Serra informou que as contas de suas campanhas sempre foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e ficaram a cargo do partido.
A assessoria de Kassab informou que todas as doações recebidas pelo partido obedeceram a legislação e que o ministro reafirma a legalidade de seus atos.
O deputado Campos Machado afirmou que todas as doações que recebeu para campanhas foram dentro da lei e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
O acordo, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" estipula o pagamento de uma multa de R$ 81 milhões pela concessionária como reparação pelos crimes admitidos no acordo. A CCR é comandada pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Correa, que fecharam acordo no âmbito da Operação Lava-Jato.
Em fevereiro deste ano, o GLOBO revelou que o ex-diretor da Dersa , Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, teria recebido comissões de Adir Assad. Paulo VIeira teria sido o responsável por indicar o operador para  a CCR. A defesa do ex-diretor negou qualquer envolvimento no esquema e qualquer relação com Assad.

O Globo