Painel - Folha de São Paulo
Acredite se quiser Na proposta de delação que fez ao Ministério Público de Minas, o empresário Marcos Valério anexou como prova de sua narrativa uma lista em que enumera repasses de propina a dezenas de autoridades. A peça é controversa. Anos atrás, outras versões da planilha foram encontradas com Nilton Monteiro, o estelionatário que fez a chamada “lista de Furnas”. Na ocasião, o próprio Valério disse que os papéis eram falsos. O MP recusou o acordo. Valério fechou com a PF.
Copia e cola Aliados de Valério dizem que ele reapresentou a lista como anexo na proposta de delação aceita pela Polícia Federal.
Ficha corrida Uma versão da planilha foi alvo de ação judicial pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que aparece no papel como destinatário de R$ 185 mil. Ele apontou os indícios de fraude e processou a revista “Carta Capital”, que publicou trechos da lista em 2012.
O vidente O ministro foi indenizado em R$ 507 mil pela revista. Na planilha, ao lado de seu nome aparece a inscrição “AGU”. Valério diz que elaborou o documento em 1999. Mendes, porém, só foi nomeado advogado-geral da União em janeiro de 2000.
Caixa postal Procurado, o advogado de Marcos Valério não respondeu. O advogado de Mendes disse que, confirmado o uso da lista, tomará novas medidas. Diversos empresários são citados, além de políticos e autoridades.
Prepara O Banco do Brasil está concluindo os levantamentos de operações citadas pela Odebrecht que envolveram Aldemir Bendine, ex-presidente da instituição e da Petrobras preso nesta quinta (27). O pente-fino deve sair até o fim de agosto.
Porta de entrada Bendine chegou à cúpula do Banco do Brasil por indicação de Gilberto Carvalho. Na ocasião, foi considerado “um achado” por dirigentes da sigla.
Estamos juntos A defesa de Bendine diz, no documento em que pede sua saída da prisão, que o executivo assumiu o comando da Petrobras quando a Lava Jato “já estava em pleno curso” e que ele agiu para “responsabilizar os envolvidos no esquema”.
Ligações Bendine sempre foi visto no PT como um nome que tinha acesso privilegiado a Joesley Batista, da JBS.