O governo está fazendo de tudo para se manter no poder. Usa e abusa dos velhos métodos do “é dando que se recebe”, expressão adaptada para os costumes políticos brasileiros pelo deputado Roberto Cardoso Alves, nos anos 1980, quando José Sarney fez de tudo — de tudo, mesmo — para obter dos constituintes o mandato presidencial de cinco anos. As emendas parlamentares — grande parte delas, absolutamente inócuas em termos de desenvolvimento econômico — foram liberadas a rodo, somente para agradar os deputados que vivem de pequenos negócios nas suas bases eleitorais. Nomeações foram entregues à sanha daqueles ávidos em ocupar espaços na máquina pública para obter recursos às suas campanhas eleitorais — e obter recursos no sentido do Congresso Nacional, ou seja, recebendo propinas e desviando recursos públicos.
Ao estado do Rio de Janeiro, Michel Temer resolveu abrir a burra de forma escandalosa. Impôs ao BNDES um empréstimo para pagar os salários atrasados dos funcionários públicos. Até seria uma boa medida se o País vivesse numa bonança econômica, se os outros estados em situação semelhante fossem também beneficiados e, principalmente, se impusesse uma devassa nas contas públicas e apurasse severamente os atos de corrupção — e, nese caso, deveria cumprir o que determinam os artigos 34 a 36 da Constituição. Nada fez. Muito pelo contrário, resolveu até conceder recursos generosos às escolas de samba, isso em um estado que sequer possui nos prontos-socorros material cirúrgico básico.
Todas as benesses oficiais têm o intuito — único intuito — de manter a todo custo Michel Temer na Presidência da República. O equilíbrio financeiro, a qualidade do gasto público, o respeito às alocações de recursos de acordo com o orçamento nacional foram deixados de lado.
Na política do vale tudo o que interessa é comprar os votos dos deputados impedindo que o STF possa apreciar (recebendo ou não) a denúncia da PGR de corrupção passiva que pesa sobre os ombros do presidente da República.
A equipe econômica já está protestando. Sabe que as medidas são injustificáveis e colocam em risco os rumos da recuperação — ainda que tímida — da economia. O déficit orçamentário deve aumentar. O recente aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis não irá resolver o problema. Mas o governo só pensa em uma coisa: permanecer a qualquer preço no poder.
Todas as benesses oficiais têm o intuito — único intuito — de manter a todo custo Michel Temer na Presidência da República