domingo, 2 de julho de 2017

Trump publica montagem contra CNN, que vê incentivo à violência contra repórteres




Trump compartilhou montagem controversa - Reprodução/Twitter

Com Globo e agências internacionais


WASHINGTON — O presidente americano, Donald Trump, abriu na manhã deste domingo um novo capítulo de sua queda-de-braço com a mídia do país. Desta vez, ele publicou em sua conta pessoal do Twitter — e compartilhou no perfil oficial do presidente — uma controversa montagem em que aparece agredindo um homem, cujo rosto foi substituído pelo logo da rede de notícias CNN.


Na legenda, ele voltou a chamar o veículo de imprensa de Fraud News Network (Rede de Notícias de Fraude). A montagem parte de um vídeo de uma participação de Trump em evento do World Wrestling Entertainment (WWE), que promove a encenação de luta livre. Naquela noite de 2007, o magnata entrou no roteiro e fingiu ter batido no atual CEO do WWE fora do ringue, Vince McMahon.




O que era para ser uma gozação há uma década se tornou material para mais um ataque do presidente à imprensa americana. Não se sabe quem editou o vídeo, mas críticos reforçaram o fato de que Trump o compartilhou no perfil oficial do presidente, o que teria dado viés institucional à montagem. Um versão apareceu em uma página pró-Trump da internet há alguns dias.


'COMPORTAMENTO JUVENIL'

Em resposta, a CNN considerou um "dia triste quando o presidente dos Estados Unidos encoraja a violência contra repórteres" e classificou a ação do magnata como "juvenil" e indigna do posto presidencial.

"Em vez de se preparar para a viagem ao exterior, para seu primeiro encontro com (o presidente russo) Vladmir Putin, lidar com a Coreia do Norte, Trump se envolve em um comportamento juvenil que está longe da dignidade de seu posto. Nós vamos continuar a fazer o nosso trabalho. Ele deveria começar a fazer o dele", rebateu a CNN em nota.

A postagem dividiu opiniões entre comentaristas políticos e cidadãos americanos. Os apoiadores do republicano riram, enquanto os opositores consideraram uma afronta à liberdade de imprensa. Entre os críticos está Carl Bernstein, repórter cujo trabalho ao lado de Bob Woodward sobre o escândalo de Watergate desembocou na renúncia do presidente Richard Nixon, em 1974.