quarta-feira, 19 de julho de 2017

Recuperada, BR Distribuidora vai a mercado

O Estado de São Paulo


Com a decisão de autorizar a abertura do capital da BR Distribuidora, o conselho de administração da Petrobrás deu um grande passo para o cumprimento da meta de desinvestimento de US$ 21 bilhões até 2018. Outra opção, que vinha sendo examinada, era a transferência do controle para um grupo privado, o que reduziria substancialmente o risco de interferência do governo nos rumos da empresa.
Houve entendimentos com potenciais compradores, mas o processo foi interrompido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que, em março, determinou que a Petrobrás reexaminasse a venda de determinados ativos. A decisão fez com que tudo retornasse à estaca zero. Por isso, como disse o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, a empresa analisou o histórico favorável à abertura de capital na B3 (antiga BMF/Bovespa) e decidiu fazer uma oferta pública secundária de ações no mercado, ou seja, colocar à venda ações já existentes.
Certamente pesou também na decisão o fato de que, como sua controladora, a BR Distribuidora se livrou das administrações catastróficas a que esteve sujeita nos governos do PT e vem melhorando seus resultados. No primeiro trimestre deste ano, a BR apresentou lucro líquido de R$ 156 milhões, três vezes maior que o do quarto trimestre de 2016, com redução de 4,4% de seus custos operacionais. Em relação ao mesmo período de 2016, as perdas em créditos a clientes foram reduzidas em R$ 495 milhões e, em processos administrativos, a redução alcançou R$ 288 milhões. São dados que favorecem a aceitação dos papéis da empresa no mercado. A venda dessas ações contribuirá para reduzir a dívida da Petrobrás.
Para assegurar que a BR Distribuidora terá administração profissional, deixando de ser utilizada para fins escusos, como foi no governo petista – quando esteve envolvida em casos conhecidos de corrupção –, a Petrobrás declarou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que sua controlada pretende aderir ao segmento especial da bolsa, o chamado Novo Mercado, “em linha com as melhores práticas de governança corporativa”.
Isso significa que todas as suas ações serão ordinárias, com direito a voto, e a empresa será obrigada a publicar relatórios financeiros anuais e a divulgar mensalmente informações sobre a movimentação de seus papéis por diretores, executivos e grandes acionistas.