Duda Teixeira - Veja
A perda de uma esposa ou de um marido costuma ser dolorosa e mexe com a saúde das pessoas. O período mais cruel dura duas semanas, mas os desafios podem ir além. Estudos já demostraram que a chance de a viúva ou de o viúvo morrer logo após o falecimento do parceiro aumenta bastante nos três meses seguintes.
O que pouca gente sabe é que os dois sexos reagem de maneiras diferentes a esse acontecimento.
Um estudo da Universidade Johns Hopkins dos anos 1980, em que 4000 viúvos e viúvas foram acompanhados durante doze anos, mostrou que os viúvos com entre 55 anos e 65 anos têm uma chance 60% maior de morrer do que os homens que seguem casados. Com as mulheres, não chega a tanto.
Pesquisas mais recentes até já mostraram um efeito positivo para as mulheres que perdem o marido. Segundo médicos da Universidade de Pádua, na Itália, as viúvas italianas sofriam menos de stress e de fraqueza muscular do que as mulheres que continuavam com os maridos vivos. A fraqueza muscular é medida pela pressão do aperto de mão e pela velocidade ao andar.
Entre as razões para a mortalidade masculina maior está que os homens, com a idade, deixam o cuidado da própria saúde com a esposa. Quando ela se vai, eles deixam de ir ao médico, de fazer exames ou de tomar remédios. Elas, por sua vez, quando perdem o esposo ficariam livres dos encargos do lar e de saúde, incluindo o de cuidar do marido.
Os homens ainda têm uma propensão maior a abusar do álcool e a desenvolver comportamentos antissociais.
As mulheres também são mais adaptáveis e têm mais iniciativa para fazer novos relacionamentos e retomar velhas amizades. Com isso, sobrevivem melhor a esse momento e constroem uma nova vida. Elas ainda são mais proativas em convidar familiares e amigos para encontros e festas, o que as protege das piores crises de solidão.